Escrito durante aproximadamente três dias — na escola, no carro, na cozinha, no frio do quarto.
Escrevi-te tão doce melodia
Mas te recusas a ouvir
Fi-te tão bela regalia
Mas te recusas a vestirPor noites compus
O que não quiseste ler
Porém neguei-me tal luz
Ao cansar-me de sofrerOs dons que negaste, senhora
Agora não são mais meus
Os amores que refutaste, senhora
Agora não são mais teusAntes, minha escrita caroável
Agora, este verso de horror
Antes, minha escrita adorável
Agora, me negas o amorEscrevo-te já este poema
Com esta mão de notável desgraça
Mas isto já não me é problema
Pois teu ardor já não mais me enlaçaDançaste só e em fulguras
Ao som de canções odiosas
Sobre cuja graça, sim, flutuas
Mas não lerás mais minhas prosasAmas a todos os poemas do mundo
E lerás agora meu primeiro escárnio
Antes fosse este meu segundo;
Mas com certeza tornar-se-á centenárioE, a todos que um dia amaram
Através desta voz que vos emulou
Vede os versos que estas mãos citaram;
Por causa da mulher que a mim odiou!
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Devaneios
PoetryNão há outro nome com que eu possa chamar meus versos e prosas de maneira correta. São devaneios de uma mente calculista que pensa, e são os devaneios que alimentam a mão para a escrita - então, por que não?