Escrito enquanto meu nariz sangrava.
Acendeu-se só
Minha pequena faísca
E acendeu-se sem querer, viu?
Acendeu-se sem incendiar
Acendeu-se sem queimar
Ai, e nem som fez!
Mas acendeu-se, sim, minha faísca
Iluminando-me só
Mas ela poderia ter queimado, não?
Poderia ferir
Poderia aquecer
Mas não, apenas acendeu-se
Mas, caso torne-se em chama
Não quero estar aqui
Quero estar nos Campos Elíseos
Dançando sobre uma lua azul
Quero estar num oceano
Vendo a luz refletir-se na água
Ah, mas acendeu-se faísca, não?
Espero que não me queime
Mas como haveria combustão?
Sim, não posso pensar
Não há combustão sem ar, sem espaço
Então como...
Não queimará, sei disso
Acendeu-se sem querer, faísca
Uma chama que não nascerá
Ou um Fogo que reinará?
Esta chama foi apagada pelos ventos
Os mesmos ventos que moldaram as praias;
Os mesmos ventos que moldaram-me
Sim, nasceu-se esta faísca
Esta faísca de vida frágil
E nasceu-se sem querer, viu?
Talvez torne-se em grande chama
Talvez torne-se em calor para as faias
Mas nasceu-se dentro de mim, faísca
Faísca cujo calor ou fere, ou aquece
Mas nasceu-se dentro de mim, Fogo
E nasceu-se sem querer, viu?
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Devaneios
PoetryNão há outro nome com que eu possa chamar meus versos e prosas de maneira correta. São devaneios de uma mente calculista que pensa, e são os devaneios que alimentam a mão para a escrita - então, por que não?