Distopia

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Claramente, uma distopia é causada por uma falha de planejamento em grande escala, que acaba por afetar massas, dogmas, crenças, credos e opiniões, adaptados à nova realidade — não fomos planejados, mas sempre fomos previstos. Vivemos na distopia do século XIX e na utopia do século XV, mas nunca deixou-se de haver a grande e crescente ganância do homem, que, claramente, foi o que corroeu toda a existência humana aos poucos, transformando sociedades que outrora já desfrutaram de paz mútua e verdadeira em grandes antros capitalistas onde os lucros definem a distância de uma nação a uma guerra em grande escala. A humanidade morreu quando a moeda nasceu — e, claro, estas palavras perderão-se na história, uma vez que o dinheiro, sinônimo de poder, tornou-se tão infuso na mente humana que não pode-se mais fazer nada sem alguns trocados ou cheques gordos. Outrora, houve o escambo; outrora, cunhavam-se moedas de bronze; outrora, alegravam-se bardos e trovadores com as poucas moedas que recebiam por suas apresentações. Há tempos perdeu-se a humanidade em cédulas de papel sem vida, mas que valem mais que a vida de muitos dos miseráveis que permeiam as ruas, incapazes de estabelecer-se em tempos onde o “ter” mais vale que o “ser”.

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