A estas terras, tão frias
Peço que lembrem-se de mim
De quem outrora fui
Do que outrora foi
Que vejam a grama triste
Que se apartaram na minha ida
E a geada que as tomou
A minha mãe, que tanto ensejou
Viu a minha ida, quando se acabou
Chorando às passadas do corcel
Pelos anos que passei lá
Mas já, a este solo pertenço outra vez
Solo que outrora pude amar
E hoje, tristes cinzas vejo
O que sobrou
O que outrora foi
Velho, pois, retorno
Sob essa fina camada de neblina
E esse beijo de geada
Ainda vejo onde vivi
Onde cresci, aprendi
Apenas espero, nestes tristes tempos
Que a névoa
O gelo
O coração de minha doce mãe
E tudo que outrora amei
Me levem, neste frio
Às terras
Às terras que outrora chamei de lar
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Devaneios
PoetryNão há outro nome com que eu possa chamar meus versos e prosas de maneira correta. São devaneios de uma mente calculista que pensa, e são os devaneios que alimentam a mão para a escrita - então, por que não?