♚ I - 05 ♛

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PV: Manuella

Me sento na cama com o barulho de tiro ainda ecoando pela minha cabeça, ainda escuto dois disparos antes de tudo ficar em silencio de novo. Respiro fundo olhando ao redor e me dando conta de onde eu estava. Tento me levantar, mas paro quando percebo que estou nua, paro um pouco observando a porta, mas nada a abre e então me levanto.

No relógio do lado da cama marcava 9:30 da manhã. A janela clareava todo o lugar e eu não conseguia acreditar que tinha dormido tanto, minha barriga embrulha e corro até a porta que eu tinha visto ele sair da primeira vez que estive ali. Coloco tudo que consegui comer na tarde anterior pra fora, dou descarga e me sento na tampa.

Eu não sabia o que tava fazendo ali, nem sabia mais qual era o motivo de ter chegado até ali. Coloco água na boca e sem tomar banho ou qualquer coisa parecida, pego as minhas roupas pelo chão. Meu short não tinha concerto então pego uma calça moletom dele no guarda-roupa e, já pronto, abro a porta do quarto.

Coloco a cabeça pra fora tentando escutar algum barulho, a única coisa que escuto é a minha barriga roncar. Fecho a porta as minhas costas e vou na ponta dos pés descendo as escadas. Desço tudo e a casa está completamente vazia, não vejo ninguém em parte alguma. Eu não sabia o que fazer, qual era o problema dele? Ele deveria ter pelo menos me acordado antes de sumir assim, dizer tchau talvez?

A chave do meu carro estava na banquinha da sala, agarro ela e vou pra porta. Passo por ela rapidamente, mas paro assim que vejo a senhora baixinha e de cabelos brancos passar pelo portão com um monte de sacolas. Acho que era agora que eu era apresentada a mãe do cara sem nem ser nada dele.

Baixo a cabeça e apresso os passos, não sei quem merda eu tava pensando que eu era pra senhorinha não me ver saindo da casa dela, mas rezei como uma louca pra que eu virasse invisível naquele momento, que o querido Harry dividisse a capa dele comigo.

— Não faça isso— A voz dela me faz parar imediatamente.— Ele vai te caçar

A senhora passa por mim como se realmente eu não estivesse ali. Fico parada sem ter o que dizer, até que ela para no vão da porta e olha pra mim, pra mim inteira, do pé a cabeça e com mais atenção na minha barriga descoberta.

— Não vai fugir dele, se a garota acha que vai voltar pra sua vidinha de princesa, se meteu com o cara errado.— Ela me vira as costas.— Era pra ter ficado lá, na asinha do papai.

Ela bate a porta e some, eu fico tentando entender o que ela tava falando. A velha não batia bem das ideia. Como ele iria me prender ali? A marrada? Porque eu tinha casa, trabalho. Será que ele...me amarraria de verdade? Tentei pensar em 50 tons de cinzas e não em um maluco psicopata me obrigando a fazer xixi na frente dele.

Em todo caso virei as costas e abri o portão. Fui recebida por olhares, me esquivei de todos eles e entrei no meu carro. A saída e entrada já tinha sido decorada por mim, graças ao Google Maps. Quando tentei descobrir quem era o PL e não encontrei muita coisa, busquei no Google a casa na qual fui parar depois daquele baile, não tinha sido tão difícil.

Alguns minutos depois chego a saída principal e não me surpreendo quando os moleques me barram. Isso deve ser normal, como se fosse um condomínio, tem que dizer que vai sair e falar que vai entrar. O mesmo moleque que me barrou na primeira vez que tentei subi da primeira vez, bate na minha janela. Baixo o vidro.

—Vai pra onde novinha, o patrão sabe que tá vazando?

—E por acaso tô presa aqui?— Eu não gostava que mandasse em mim, porque todos eles tinham essa sisma comigo?

— A morena não sai sem proteção, nós já ta ligado do perigo.— A minha versão de 50 tons de cinza tinha ido morro abaixo.

— Que perigo? Ele não pode me manter aqui, nem meu pai manda em mim, porque esse idiota vai mandar?!

O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora