PV: Manú
A meia hora atrás eu não tinha nada além do PL e do meu filho, agora tenho pai e... irmão gigante que toda vez encarava o PL como se ele fosse a próxima refeição. Por enquanto ele só me olhava, tentava limpar as lagrimas que escorriam sem querer alternando entre ele e o meu pai..
—Ei, não chora. — Não sabia se chorava ou se sorriu. O encaro novamente
—Mas como meu irmão? — Viro para meu pai. — A mamãe, a mamãe não tinha mais filho, tinha?
— Não, mas ele é.— Ele responde.
—Mas nem fodendo que esse cara é irmão da Manu! — PL Grita me puxando para seus braços — Esse ogro deve ter uns 40 anos!
—31, seu idiota!— Conan começava com aquele olhar aterrorizante
—31?— Perguntei. Isso era 10 anos a mais qui eu, mais de 7 anos antes de conhecer a minha mãe.— Eu não consigo entender o que tá acontecendo, você...você deveria tá morto. Morto!
—Melhor sentar, Manu — Conan, ou Alex, começa.
—Pra tu é Manuella, falou?
—PL!— Ele puxa pra perto.
—O que? Acredita mesmo que esse cara é teu irmão?— Ele aponta pro Conan.—Olha pra ele, olha pra tu. Ele tem o que, dois metros? Tu tem 1,50 ou... sei lá
—1,55!— Faço ele soltar meu braço
—Ô diferença !
—Cala a boca! — Puxo ele pra sentar no sofá. Antes que eu sente ele me puxa pra seu colo.
O olhar de irritado que eu lhe direciono não faz diferença, ele rir e me prende ali e logo olha pra frente. Meu pai e o cara grande se olham antes de sentarem de frente a nós dois. Meu pai olha o PL fixamente, pras mãos, pra nós dois.
—Conta ai a história, sogrinho.—PL era um desgraçado. Meu pai faz careta.
—Sogrinho o meu pau. —PL gargalha, o Conan olha irritado pra ele.
— Já chega, Caveira. Acabou a brincadeira.
—Ta bom.— Ele se encosta e começa.—Tive uma namorada de escola, ela engravida, eu largo minha vida de merda e aos 16 começo a trabalhar na empresa do seu avô. Nove meses depois o Alex nasceu. No início tava tudo certo, até a maluca tomar um rumo contrário.
— Não fala assim!—Alex grita, "Caveira" parece querer explodir
— Sua mãe veio toda errada pra minha vida, a única coisa boa foi você, e tu sabe! — Me assusto com a grosseria, Caveira volta a olhar pra mim.— Era depressão.
— A culpa também foi sua.— Alex se intromete
— Tem razão, deveria ter desistido da ideia de ter mais um filho.— Ele continua.— A Ana conseguiu engravidar, a gente ficou bem, ela não se sentia mais inútil ou presa a mim como sempre sentiu. A menina tinha vindo pra trazer o amor de volta a nossa vida.— As palavras saiam sem humor nenhum.
— Era uma doença, Caveira. Apenas uma doença.
— Tenho mais uma irmã?— Pergunto cortando os dois que se olham.
— Não. — Conan que respondeu.
— Ela não nasceu.— Caveira completou, mais calmo.— A Ana se envolveu num acidente. Infelizmente a minha...— Ele levanta do sofá.— Ela não nasceu, fiquei sem a menina e pouco tempo depois a louca me levou o único filho que eu tinha.— PL segura a arma com força quando o Conan levanta do sofá num pulo.
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O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)
Fiction généraleSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...