Capítulo inédito porque não resisti em fazer esses dois se apaixonarem um pouco mais. Boas risadas.
PV: Manú
Havia se passado uma semana do surto do PL. Me peguei por algumas vezes querendo sair dali o quanto antes, mas logo ele vinha conversar e me fazia rir. Passamos a semana de boa, eu tinha começado a acordar cada vez mais tarde e ele a cada vez sair mais cedo.
Nos víamos no horário do almoço, mas nunca estávamos sozinhos, a maluca que cuidava da casa sempre vinha alfinetar os meus "modos de princesa" a mesa. Ela me odiava, era um fato, e sempre me repreendia quando começa a tirar uma com o PL. Ela queria que eu simplesmente obedecesse as ordens do mau humorado? Eu preferia quando ele perdia o controle da própria risada.
A tarde eu permanecia no sofá entre sono e tv, a noite nós dois jantávamos de frente a tv e eu acordava no meu quarto no outro dia de manha. As noites sempre eram assim. Eu acabava de sair do banheiro e entrei no quarto. O silencio na sala deixava claro que ele ainda não tinha chegado, então pensei que hoje ele não viria.
Vesti uma roupa pra dormir e desci as escadas, fui direto pra cozinha e coloquei no prato a comida que aparecia ali todas as noites numa coisa de alumínio na bancada da pia. Fui pra sala abocanhando o arroz de leite mais que perfeito. Só sentei e a porta abriu. Ele entrou rindo e logo me vi na frente de dois caras. Me encolhi só em reconhecer um deles.
Um deles era o ruivo que me viu completamente nua dentro do meu banheiro, eu não ia esquecer aquele cara nem em mil vida, e o outro era um negro de rosto coberto por uma barba e o corpo por tatuagens. PL parou os dois quando me viu sentada.
— Amanhã, nós troca essa ideia ai amanhã. Tô na larica já.— Ele tenta trancar a porta
— O qual foi, essa parada tem que ser analisada, parceiro. — Ele mostra uma sacola branca, parecia pesada.— Espalha ali na mesa rapidão.
— Amanhã 2K, porra, tô falando. Amanhã a gente resolve.— Os dois são expulsos e a porta é trancada.
Volto a encarar a Tv e me aconchego no encosto. Era um programa que eu nunca tinha visto em TV fechada, então nem prestava atenção. Eu tentava ouvir o que o PL fazia as minhas costas, não demorou pra ele aparecer com o prato dele com as coisas que tinha sobrado na quentinha. Ele se sentou do outro lado, em outro sofá.
Não falamos nada, o único barulho era a tv que passava um programa sobre pares perfeitos. Aquilo era uma mentira, como uma maquina ou um monte de pessoas por trás do programa ia encontrar alguém perfeito pra você passar o resto da sua vida? Era loucura. Eu mesma, que era obrigada a conviver comigo, não me suportava! Imagine o coitado do meu par perfeito.
Rimos em algumas partes, ele xingou em outras e me fez rir também. Só lembro de jogar o prato pro lado e me esticar no sofá. Eu tava entre os três meses, mas a minha barriga não tinha uma forma, simplesmente tinha crescido um pouco mais.
Depois de rir de um de seus comentários, fechei os olhos. Dormi, sei que acordei com um barulho bizarro. Abri os olhos e estava virada, olhando pra o encosto do sofá, ouvi o barulho de novo e fechei os olhos. Eram gemidos, alguém gemia alto. Eu não podia acreditar que o filho da puta tava transando ali, na sala, do meu lado.
Não contei outra, me virei com a boca aberta pra gritar, mas parei quando vi a escuridão e a sala apenas iluminada pela TV. A imagem da tv me incendiou, a mulher gemia enquanto cara a tomava, não era o PL, era a tv. Encarei a cena vidrada sem saber o que fazer. Tudo ficou pior quando escutei os passos nas escadas.
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O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)
General FictionSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...