♚ I - 23 ♛

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PV: Paulo (PL)

Entro no carro com raiva e bato a porta, eu tentava me concentrar na estrada a frente e não na raiva que se criava pelo R2. A manú ainda portava a arma entre as pernas, mas me olha assustada. Ouço uma batida no vidro, 2K tava do outro lado, parecie nervoso. Baixo o vidro

—Qual foi?—Pergunto

—Qual a ordem, vai pra Rocinha ou volta pro Alemão?

—Porque eu iria voltar pra quela porcaria? Quero um carro na frente preparado pro ataque, passe o rádio e diga o que aconteceu, quero todos na entrada pra fazer escolta.— Olho pelo retrovisor o carro vermelho.—E o outro carro vai atrás. preciso levar a Manuella pra dentro da porcaria daquela favela em segurança!

—Ja é. — Ele sai apressado chamando no rádio

—O que aconteceu, quem era aquele? — Não respondo ela. Me concentro nos carro que se arruma pra entrar na minha frente. Meu celular começa a tocar, no visor "PICASSO"

—Só o que faltava.— Resmungo, mas mesmo assim pego a porcaria do celular e coloco no viva voz, não demora pra voz irritada surgir.

—Oh Filha da puta, qual foi? To ligando desdas 3, onde porra tu tá?—Ele começa

—Manera a porra da voz, ta pensando que ta falando com quem?!

—Que merda tu aprontou? R2 ta zoando no meu ouvido. Disse que invadiu aquele beco que ele chama de comunidade e arrastou um vapor pro porta mala

—Não vem com essa merda não. — Resmungo no mesmo momento que um dos carros passa pra frente, eu engato e saio atrás dele. — Se eu pegar ele, juro que mato

—Qual foi, mano?!— Ele grita do outro lado.— Arrumou briga com ele de novo porque dessa vez? — Olho pra Manuella que encara o carro a nossa frente.

—Ele ameaçou minha fiel.— Ela me olha imediatamente.

—O que? — Manuella grita

—Quem porra ta ae?

—Minha mulher idiota! Saí agora do Alemão com a Manuella e os que vieram comigo.—  Seguro o volante com força.—Ele me encurralou na Gávea, veio perguntando sobre o noia que eu levei. Quando abri a boca pra dizer que ele queimava no inferno ele deduziu a porra toda. — Soco o volante com raiva

—QUALÉ MANÉ, TU JÁ FOI MAIS ESPERTO!

—Não quero saber, se ele vier com graça vai ficar todo furado!

—Nada de guerra, entramos em acordo com o Chapadão.— Ele não ia conseguir me manter calmo.—Nenhuma guerra contra o ADA.

—Porra de ADA, que se foda! Se ele vier encher o saco ou ameaçar minha família de novo eu viro CV e explodo aquele bosta!— Uma gargalhada sai dos fones

—Esse é o PL, cuzão!

—Vá se foder!

—Vou já. —Outra gargalhada sai. — Ei quero conhecer essa fiel ae, apresentar ela pros parceiro.

—Quer conhecer meu cano não, oh seu zé buceta?

—Já conheci quando me obrigou a vir pra cá. — Mais risadas

—Deveria ter vindo quando fiz o churrasco.

—Tava ameaçado de pacificação. Se eu saísse e o morro fosse tomado ai que eu ia ser obrigando a conhecer o cano. Vou marcar um baile blindão!— Ele parecia animado, eu não.—Ai cê trás a patroa pra curtir a noite

O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora