♚ I - 39 ♛

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PV: Paulo

Já  amanheceu. Meus homens acabaram de entrar no complexo. As notícias não são boas, e as coisas só tendem a piorar. Tô sentado na sala de entrada da boca. Manuella ta impaciente na sala de gerenciamento ao lado, querendo saber tudo que acontece nas buscas.

Tô quase matando um por causa da minha filha. Tento me manter firme todo o tempo, mas é complicado se manter sã com tudo desmoronando ao seu redor. Meus homens chegam e invadem a sala

—PL, a merda vai feder. — Pitoco entra

—Que porra ta acontecendo, Marcelo? — Ele entra no cubículo atrás do Hugo

—Descobri quem são os caras que invadiram. — Ele abre um notebook na minha frente me mostrando na tela uma filmagem.

Há muitos homens encapuzados que parecem serem treinados para uma luta. A pessoa que gravava anda por toda a "acadêmia" mostrando cada parte dela. Tem ala de tiro, de luta corpo a corpo, equipamentos de todos os tipo para se treinar uma pessoa para uma guerra.

—Que noia é essa ? — Pergunto

—Isso é na Itália, são pessoas criadas para matar. Todas as aulas são feitas com eles assim, nenhum pode ser visto sem o capuz.

—Essa merda existe? — Eu não consigo entender

—Tô te falando. São treinados desde criança. Acreditam que são vítimas de tráfico humano. Muitos são contratados pela própria máfia Italiana, mas acontece de serem trazidos pra outro país por alguém que tem influencia e muita grana.

—Não tem imagens deles sem essas coisa?

—Não. Nem digitais eles tem. Consegui alguns corpos e as digitais não existem. Devem usar algum produto para elas desaparecerem. E outra, procurei no banco de dados da polícia por reconhecimento facial, e são fantasmas por lá também

—E quem contratou eles? —Ele me olha indeciso

—Esse é o problema, pra contrata-los e trazê-los para o Brasil foi preciso bastante dinheiro

—A mulher que vocês viram no Vidigal, ela num parecia ter dinheiro? Trouxeram ela? — Conan entra na sala

—Aquela mulher não tem um pau pra bater num gato

—Quem é ela?

—Não conseguimos pega-la. quando o tiroteio começou ela rapou fora. consegui algumas imagens de segurança que ficava na casa do Picasso. E essa é a mulher.

Marcelo troca a tela e me mostra uma foto. Há uma mulher de cabelos negros e óculos escuros olhando para a câmera de segurança que ficava na frente da casa do Picasso

—Ana Cristina Almeida Alves. — Conan responde.

—Quem é essa?

—Minha mãe.—  Olho pra ele sem entender

—Tua mãe? Aquela que te largou no orfanato? 

—A mesma

—E o que ela tava fazendo lá?

—Não faço ideia. 

—Tem certeza que é ela? — Encaro a tela

—Absoluta. E ela tava com conversa com o Picasso quando a gente chegou. Quase não acreditei no que vi. A desgraça só ta mais velha, mas continua atrapalhando minha vida.

—E o Picasso, Hugo? 

—Meio furado , ficou no Vidigal por segurança

—Tentou arrancar algo dele?

O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora