PV: Manuella
PL passa pela contenção logo depois de cumprimentar os caras por lá. Consigo até reconhecer o maluco que me barrou da primeira vez, ele só balança a cabeça antes de dar total atenção ao Paulo. Pelo que entendi ouve problema na boca e invés de subir pra casa, PL passa direto pra lá.
Ele estaciona e assim que desce, me ajuda a descer. Tinha muita gente lá na frente e uma das coisas que não ia passar despercebida era a poça de sangue no chão bem na entrada, próximo a uma carteira de escola. Entramos na sala. Além do ruivo, do 2k e do cara que não me descia, havia dois armados encarando uns quatro cara sentado no chão.
— O que foi agora? — PL me faz sentar numa cadeira atrás de uma mesa enorme. — Quando o dono sai os ratos fazem a festa, é isso mesmo?
Eu teria corrido dali se não tivesse reconhecido um deles. O PL entra na frente e começar a chuta um dos caras no chão, a gritaria entre eles começa até o PL levantar e rondar eles de novo. É ai que vejo ele. Ele tinha hematomas no rosto, os lábios tinha um corte já cicatrizado, o Rafael parecia ter levado uma surra e não fazia muito tempo.
— Passa a fita, Cabeça.
— O playboy queria mais branquinha, o problema era que já devia demais. Trouxe o resto do bonde pra curtir a vibe, mas não trouxe a grana. — PL rir e quando para o chute é certeiro na boca de um moreno, ele cai contra a parede e não levanta mais.
— Acha que aqui é o que, o fiote? A casa da mãe? — É a vez do Rafael se encolher quando o PL segura o rosto dele. — Esse aqui já levou demais na cara, veio de onde? Fazer divida em morro vizinho acaba como teu amigo, ferido e enterrado vivo.
Meu ex namorado tentava respirar, seus olhos eram fixos no PL enquanto ele falava, pelo menos até ele desviar os olhos pra frente e me ver atrás da mesa do PL. Os olhos dele se abrem e sei que me reconhece. Não desvio os olhos, ser reconhecida era o menor dos meus problemas. Eu queria saber o que ele tava fazendo ali.
— Tá olhando pra que, seu bosta? — PL olha pra trás e me ver, talvez fosse esse o maior dos meus problemas. Me levanto imediatamente. PL larga o Rafael. — Vai pra onde?
— Manú? — Não paro, mas olho pro Rafael no chão. Ele tenta me ver, mas o PL entra na frente. Só consigo ver a arma sendo tirada, passo pela porta e o barulho de disparo é alto.
Não consigo parar, não consigo pensar em nada que me faça voltar ali. Ouço a voz do PL, mas apresso o paço, ele me chama de novo, mas dessa vez sou parada pelas mãos dele. Tento me soltar, eu não queria ouvir, não queria saber do Rafael ou de qualquer rolo que todos eles tinham com o PL.
— Olha pra mim, oh, olha pra mim! — Ele prende meu rosto
— Quero ir pra casa, agora, quero ir pra casa agora! — Ele não me solta, vejo a raiva nos olhos dele. O ciúmes, a possessividade que sei que também emanava por ele.
— Falae quem era aquele? Tava envolvida com ele até a tampa que eu sei, bora fala logo!
— Rafael. — Respondo ainda presa
— Que mané, Rafael! Quero saber teu envolvimento.
Uma gritaria a minha frente surge, saio do aperto dele só pra ver os outros três sendo escoltados pra fora e o Rafael...sendo arrastado pra fora da casa. Dava pra ver o rastro de sangue. PL me faz olhar pra ele de novo.
— Meu ex. O da foto... Você matou ele? — PL rir
— Mato até a sua mãe se ela aparecer aqui meio noiada. Você fugiu dele, qual era o problema?
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O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)
Narrativa generaleSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...