Em algum lugar do Rio de Janeiro
A porta da sala é escancarada, uma mulher alta, com cabelos loiros adentra o cubículo surpreendendo os três homens sentados ao redor da mesa. Ela pareceria uma modelo já aposentada se não fosse o exagero nos movimentos, na aparência de drogada.
—Ela ainda tá grávida? A menina ainda tá nela? — Os homens a encaram e apenas o de cinza a responde.
—Tá tia, não sei porque esse apego todo por essa criança. — Ele dá uma tragada no cigarro antes de continuar. — Viva ou morta não faz diferença pra mim.
—Quero ela pra mim, preciso dela!— Ela grita pra quem ouve.
—Quero destruí-los, preciso acabar com todos daquela família e se você quer a peste é melhor sumir com ela antes que eu a pegue. — O de terno diz se levantando e contornando a mesa pra encarar a mulher.
—Farão o que quiser, com qualquer um deles, depois que a criança nascer!— Ela exige.— Não posso deixar que a tirem de mim mais uma vez, esse é o combinado!
—Só quero o dinheiro.— Ele responde.— Aquele desgraçado ainda tá vivo, preciso que ele suma, os três.
—OS QUATRO! Ele vai me pagar por tudo que fez!— O de azul, que ainda permanecia calado surpreende a todos com sua raiva. — Ele me tirou a vida, vou tirar a dele também.
—Reunião sem mim? — Outra mulher adentra a sala sem cerimonias, aquela sim parecia não ver comida a dias.
—Deu início ao plano? — O de cinza questiona
—O que acha palhaço? Cadê a grana?
—Depois que tiver algum resultado a senhorita recebera. — O de terno diz enquanto se retira da sala deixando o resto do grupo sozinho.
Ele não queria mais nada a não ser o seu próprio dinheiro. Ele não ia dividir com ninguém, mesmo que tivesse direito. Era tudo dele e ele ia passar por cima de quem entrasse no seu caminho, até se fosse da sua própria família.
22 de Dezembro (2 semanas depois)
PV: Manuella
Hoje faz 15 dias que meu irmão tinha dado entrada no hospital. O tiro que ele levou atingiu o pulmão, causando Pneumotórax. Ele teve uma parada respiratória, mas como todos os médicos estavam no local ele voltou a vida alguns segundos depois, mas ainda permanece em coma. Os médicos não sabem se ele ainda pode acordar ou vegetar para o resto da vida. Se ele continuasse dormindo ele definharia aos poucos até a morte.
É difícil ver o meu pai pelos cantos, distante. Tá complicado pra ele não poder visitar o filho com frequência por conta da sua "morte". E eu também não posso vê-lo por conta da Valentina. PL me obrigou a voltar pra casa, ficou maluco quando soube que a médica idiota queria tirar a Valentina ainda viva de dentro de mim. Ficou possesso durante dias, xingava e gritava que ia mata-la nem que fosse a última coisa que fizesse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)
General FictionSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...