PV: Paulo
Depois da Manú sair chamo o Cabeça e o PH pelo rádio pra dá um pulo no galpão. Preciso identificar quem são os fardados que invadiram meu morro. Saio de casa na minha moto e subo para o galpão, Cabeça ta a minha espera na entrada, mas não vejo o PH ali na frente.
—Iae patrão, tudo na boa? — Desço da moto
—iae.— Fazemos toque e entramos
—Cadê o PH?— Pergunto assim que vejo o vazio do lugar
—Não vi ele hoje
—Vacilão da porra! Tu procurou quem são esses filho da puta? — Ele me leva pra um dos freezes. Abre e vejo os três caras que tentaram me matar. — Bando de puto!
—Consegui isso sobre eles. — Ele me entrega uma pasta cheia de papéis, abro e lá tem as fotos e informações dos três fardados na minha frente. Era cois pra cacete. — Mas que porra é isso?
—O primeiro e o segundo que a tua mina conseguiu matar são do exército, não sei o que eles ganharam pra vim aqui.— Vejo a foto dos dois dentro da pasta, mas logo solto vendo um pau no cú conhecido.—O último que tu matou ele é militar, foi expulso da corporação por ser pego vendendo arma pra um morro aliado. Mas não sei o motivo dele ter vindo justamente pro teu morro já que vocês nunca se viram.
—Eu sei porque.
—Sabe?— Confirmo, mas não libero quem é o cuzão. Eu ia fazer uma visita depois de tentar ver o meu filho.
—Onde tu conseguiu esse material?— Perguntei
—Meu sobrinho, o moleque é meio fissurado nas paradas da internet
—Me leva até ele, quero conversar um pouco.— Ele parece indeciso.
—Patrão...
—Sem essa, o moleque nem fez nada. — Digo sorrindo.— Sou um amor, Cabeça. Não mato nem mosca, pelo menos as que não me incomodam.
Ele sobe na moto e eu saiu atrás. Vou atrás com a moto em direção a casa dele. Medo, é isso que sinto agora. Conheço aquele filho da puta ha anos, ele só tava irreconhecível morto e congelado dentro daquela geladeira. Mas conheço tanto ele e o irmão. O cara era envolvido com os dois lados, comia de um um lado, mas vivia do outro se passando de lei.
Cabeça estaciona na frente da casa e eu logo atrás, desço da moto e entro na casa seguindo ele. Paramos dentro de um quarto cheio de tela de computador. Um garoto joga vídeo game numa cadeira encarando uma tv enorme grudada na parede. Mas que porra era aquela? O garoto me nota e pula da cadeira
—Merda. O que foi que eu fiz? — Ele coloca as mãos onde eu possa ver, o garoto era esperto. —Fiz nada não, tio, fiz nada não! —Cruzo os braços tentando não rir
—Esse é o PL, Marcelo.— Cabeça toma a frente antes do maluco cagar na roupa.
— E eu não sei! — Ele continua assustado
—Quantos anos tu tem, garoto?—Pergunto chamando a atenção dele.
—14...14 anos
—14 anos? Como tu conseguiu isso, moleque — Mostro os papéis na minha mão.
—Simples, o Arthur me trouxe as fotos, eu fiz reconhecimento fácil no google, achei os três. Abri as imagens que apareceram e com entrevista e outro com nomes na lista do exercito consegui encontra-los no facebook e no instagram. Depois procurei os nomes em órgão da justiça e nas postagens policiais. Ai descobri a expulsão do militar, mas não consegui nada sobre os outros dois. Mas... — Ele volta a cadeira para a tela do computador. — Consegui hackear as redes sociais hoje de manhã e vi algumas mensagens entre eles.
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O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)
Ficción GeneralSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...