Me solto imediatamente do Cabeça e olho pra trás. Se eu pudesse adoraria virar um avestruz nesse exato momento e enfiar minha cabeça na terra. Só assim pra esconder minha cara de medo. O PL nos olha como se a gente tivesse cometido o pior crime que possa existir. Tenho medo, muito medo do que eu estou vendo estampado no rosto dele.
—Não tá acontecendo nada, PL. — PL ignora tudo que saiu da boca do Arthur e vem em nossa direção enquanto retira a arma da cintura.
As poucas pessoas que estavam nas mesas começam a correr como o diabo corre da cruz. Porque que eu acho que isso vai foder tudo? Antes que ele alcance o Arthur me ponho sem pensar entre eles.
—Por favor, baixa essa arma. — Digo levantando as mãos
—Saia da minha frente, Manuella!— Ele se aproxima cada vez mais
—Me escuta, PL!
—NÃO!
Ele me tira do caminho me fazendo cambalear e aponta a arma para o Cabeça, volto a me equilibrar e antes que ele atire puxo o braço que tá com a arma, um tiro sai e bate na parede atrás da Renata que nessa hora grita e se joga no chão.
PL tenta sair do meu aperto mais o seguro com todo o meu peso puxando a arma na direção do chão. Eu não sabia o que tava se passando na cabeça dele, mas não ia bancar a princesa e deixar que ele mata-se mais alguém por minha causa. Cabeça apenas fica parado feito idiota. Puxo a arma novamente.
—Solta essa merda, Manuella. Não quero te machucar! — Grita. — Vou matar esse desgraçado!
—Ele não fez nada. Vai embora, Arthur!
Eu deveria ter ficado calado, porque se não tivesse segurando com força o braço dele eu teria voado. PL me olha ensandecido e me sacode. Grito forçando mais sua mão pra baixo. Eu não ia permitir que ele machucasse mais alguém, não ia.
—Arthur!? Já tá tão íntimo que sabe até o nome desse merda?!— baixo seu braço o suficiente pra tá próximo a meu rosto.—Solta!
Mordo o braço que tá a arma e ele grita tentando tirara-lo do meu aperto, mordo com mais força e sinto o gosto metálico na boca, ele urra e me sacode com violência. Não consigo ficar por mais tempo. Ele solta a arma e eu sou arremessada, junto com ela, na direção de algumas cadeiras e mesas.
Sinto dor numa das pernas, coloco a mão na barriga, mas não sinto nada além da perna. Não posso me preocupar com ela agora. Me sustento em uma das mesas e vejo a arma no chão, me jogo sobre ela sem me preocupando dela estar destravada. Assim que alcanço a arma ouço barulho de coisas quebrando e pancadaria, me viro procurando a origem do som.
PL tá em cima do Arthur, deferindo socos por todos os lados e ele nem se defende. Vejo sangue no chão e sendo espirrado enquanto os socos continuam. Oque eu fiz? Isso é tudo culpa minha. Travo a arma e coloco na minha cintura.
Me levando rapidamente, e acabo voltando ao chão quando sinto novamente minha perna, olho pra ela enquanto me sustento nas mesas. Tinha um belo corte de mais ou menos um palmo atravessando minha coxa. Devo ter me cortado na hora que PL me empurrou, aquela porcaria sangrava. Coloco a mão no corte, e ele arde.
—CACETE! — Grito
Limpo o sangue da mão na roupa e ando ignorando qualquer pontada que não envolva minha barriga. Abro caminho em meio os restos de cadeiras de plástico pelo chão e vou na direção da briga que ainda não parou.
—Solta ele! — Tento tirar o PL de cima do Arthur, mas é impossível tirar uma muralha do chão. Tento segurar o braço dele, mas levo mais um empurrão e acabo de novo com a bunda no chão.
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O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)
General FictionSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...