Algumas semanas depois
PV: Manú
Eu tinha completado os 4 meses ha dois dias atrás, ainda não tinha conseguido voltar na médica, a única coisa que eu fazia era transar e curtir os bailes da Rocinha. No dia que eu consegui por as mãos na moto do PL foi a noite mais louca que já tive. Fui arrastada pra casa por ele, e não precisou de uma briga ou de algo pra fazer nós dois começarmos o beijo.
O problema não foi a noite louca, e sim a parte da porta. Tentei sair do quarto no meio da noite como sempre fazia e a única coisa que consegui fazer foi bater a cara na porta. Estava trancada, trancada! Fiz tanta força pra tentar abri-la que ele acabou acordando.
— Se não voltar pra cama vou te arrastar até aqui e não vai conseguir levantar amanhã. — Aquela ameaça não podia ser valida.
Voltei pra cama e me enrolei com a coberta, o desgraçado me prendeu até o dia seguinte em seus braços...não só até a manhã seguinte, mas todos os dias até hoje. Ele sempre arrumava algo pra que eu parasse em seus braços. Não precisava ser uma briga estupida, ele me levava pra comer em algum lugar e do nada eu parava na sua cama. Eu começava a tomar banho e de repente...ele tava por cima e a cama abraçava nós dois.
Aquilo era mais que divertido, em alguns dias ele só me arrastava até lá e tentava arrancar algo sobre a minha família, as vezes era eu querendo saber mais dele. Eu tinha medo, me ver longe do Roberto e da Vânia era difícil, mas a versão do PL que voltava pra casa só pra tomar café comigo era difícil de lhe dar.
Me apaixonar por ele foi fácil, ele era divertido quando queria e sabia contornar a minha ira. Ele era errado, completamente diferente de mim, mas era ele que minha cabeça e a minha buceta chamava quando o dia terminava.
Andar com ele pelo morro na parte da manhã quase não acontecia, mas a noite eu fazia questão de sair. Os bailes eram divertidos, das vezes que ele me levava pra pista era ainda melhor. Eu assistia ele curtir com a moto mesmo que eu não pudesse ficar alí atrás tentando me segurar. Ele me divertia sem saber.
Ficávamos em casa em alguns dias da semana, três ou quatro dias nós dois só queria ficar de frente a tv nova rindo de alguma merda. Foi em um desses dias que resolvi que aquela merda deveria ter nome. Eu já tava de quatro pelo cara e só não via quem tava morto, porque cego podia sentir o cheiro que minha buceta liberava. Apesar disso não ser muito possível.
Eu descia as escadas quando vi a cena, tinha acabado de tomar banho e descia pra jantar, era segunda e a única coisa que minhas pernas permitia era sentar num acolchoado sofá. A garota tinha duas sacolas nas mãos e sorria pro PL esparramado no sofá. Tinha alguns homens na sala também, conversavam entre si enquanto o PL dava total atenção a garota praticamente caindo sobre ele.
Desci as escadas e fui pra cozinha, devo ter feito algum barulho porque logo ele veio com as duas sacolas na mão colocar em cima da pia. Ele sorriu e depois de me dar um selinho meia boca meteu o pé pra sala. Observei a garota se sentar no sofá e colocar a mão na perna dele, só podia ser brincadeira.
Se a Lu tivesse ali ela começaria a rir, porque o caixão já estava sendo construído. Ele riu de algo que ela falou e ela se aproximou um pouco mais. Eu já escolhia a cor do caixão quando o PL levantou e expulsou os caras, a mina foi por ultimo, depois de abraçar e receber um beijo no rosto. Minha mão coçava.
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O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)
Художественная прозаSérie - Contos de Favela ATENÇÃO! O livro aqui disponibilizado está registrado na biblioteca do livro e qualquer cópia disponibilizada sem autorização terá o seu autor processado. Livro contém: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Crime...