Capítulo 65

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Katherine Narrando

Minha mãe foi embora. Ela não deu explicações, apenas saiu, e como eu não estava em casa, nem ao menos me despedir eu consegui. Esta sendo difícil pra mim, até porque, ela simplesmente me deixou uma carta com no máximo 5 linhas, achando que isso resolveria alguma coisa.

Talvez ela não tenha ligado tanto pra mim, ou talvez, a Renata seja mais importante, e por isso, só deixou um misero bilhete em cima da mesa. Talvez não tenha dado tempo, mas se não deu, porque não ligou? Deixou um recado na caixa postal ou sei lá o que? Para mim, a versão mais plausível era a 1ª.

Subi para o meu quarto e tomei um longo banho de chuveiro. Coloquei meu pijama de lã azul bêbê para o frio, coloquei meias brancas, e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo. Quando desci, apenas Gabriel estava na sala.

Kath: Cadê o Chris?

Gab: No banho, no quarto de hóspedes.

Kath: Ah - me sentei ao lado dele - O que você esta assistindo.

Gab: Sei lá, eu achei o nome engraçado e comecei a ver, mas provavelmente seja algum terror cafona.

Kath: Cafona? Por quê?

Gab: Olha, presta atenção no filme. Filmes cafonas, sempre são idênticos. Uma garota fútil, um casal, um cara engraçado, uma garota burra, um play boy enjoado e o cara que segura a câmera. A primeira a morrer é sempre a garota fútil que se separa do grupo, depois, um dos dois do casal é morto, provavelmente o cara, a garota burra é pega de surpresa não-tão-surpresa, e o play boy quer pagar de salvador e tenta acabar com o "mal" que nem ele conhece.

Kath: E o resto dos personagens?

Gab: Bom, o resto tenta sobreviver em equipe. O cara da câmera é um dos primeiros a morrer depois desses acontecimentos, e então a namorada viúva pega a câmera para continuar gravando, nada clichê, ficam apenas dois, o cara que faz piada de tudo e a namoradinha. Quando eles estão prestes a sair da casa, o que assombra ela pega um dos dois, provavelmente o garoto, e só um consegue sair da casa, no caso, a namoradinha. Ela é a mais fodida da historia. Perdeu o namorado, a melhor amiga, o melhor amigo e provavelmente todo o seu grupo social do colégio. 

Kath: Uau, não sabia que você prestava atenção nisso...

Gab: Não presto, eu li num site mesmo 

Começamos a rir

Gab: Ta melhor?

Kath: Acho que estou mais conformada, do que bem.

Gab: Sei como você se sente...

Kath: Sabe?

Gab: Sim. Eu não falo muito, mas como isso pode te ajudar, eu vou dizer. Meus pais eles viviam em pé de guerra. Todos os dias, todas as horas. Um bom dia já era motivo de discussão. Não sei se era amor demais, ou amor de menos. Um dia, eu vi minha mãe chorando no quarto, arrumando suas malas para ir embora. Eu não sabia o que estava acontecendo, era novo demais pra entender.

Kath: E ai?

Gab: Bom, ela me deixou e deixou meu pai também, não disse nada, só foi.

Kath: E o seu pai?

Gab: Provavelmente ele já sabia o motivo, mas nunca me disse.

Kath: Achei pesado. 

Gab: Sim, mais pesado que o Christian - eu ri -

Kath: Vem, vamos fazer um lanche, acho que merecemos.

Puxo Gabriel para a cozinha para fazermos algumas coisas para comer enquanto maratonamos algumas séries ou filmes. Enquanto Gabriel fazia pipoca, eu fazia um brigadeiro de panela. Pegamos alguns finis no armário, alguns doces, sucos, fizemos sanduíches e voltamos para a sala. Quando sentamos, Christian desce as escadas.

Chris: Uau, quanta comida!

Kath: Vamos maratonar algumas séries, você vem?

Christian nem me respondeu, e já sentou no sofá. Para ficarmos mais confortáveis, Christian e Gabriel subiram e pegaram um colchão de casal do quarto de hóspedes. Assim que eles o jogaram no chão, deitei. Christian deitou ao meu lado, e Gabriel ficou escolhendo um filme.

Gab: Qual?

Kath: MENINAS MALVADAS

Chris: Ah não, pelo amor de Deus

Kath: Por que não? Qual o preconceito?

Chris: Nenhum, mas tem filme melhor.

Kath: SÓ HOJE, VAMOS ASSISTIR MENINAS MALVADAS!

Chris: Tá.

Gab: A minha opinião não conta?

Chris e Kath: Não!

Gab: Até calei a boca.

Gabriel deixou no filme, que por coincidência tinha começado no exato momento em que colocamos no canal.

Assim ficamos a noite inteira, rindo, brincando, comendo e conversando. Dormi com Christian no colchão na sala, e Gabriel dormiu no sofá. (Na verdade, tentamos dormir, porque o Gabriel parece um trator dormindo, ninguém aguenta).

NO DIA SEGUINTE

Acordamos por volta do 12:00. Gabriel e Christian levaram o colchão de volta ao quarto, e depois me ajudaram a fazer o almoço, mas o máximo que conseguimos fazer, foi uma macarronada com almondegas.

Quando terminamos de comer, resolvemos que iriamos planejar algo para a última semana juntos que teríamos na cidade. Hoje iremos ao PUB. Temos exatos 7 dias para nos curtirmos entre si e iremos aproveitar cada segundo.

Iriamos ao PUB as 19:30, o que dava tempo de aproveitar a tarde, então, fomos ao shopping comprar algumas coisas. 

Ao chegar lá, eu fui as minhas lojas favoritas de quando morava aqui, e comprei várias roupas novas. Christian também comprou e Gabriel, não preciso dizer. 

Brincamos em carrinhos de ursos pelo Shopping como 3 crianças de 8 anos que acabaram de sair da escolinha e queriam ser rebeldes. Gabriel estava montado em um leão, eu em um urso e Christian em uma zebra

Gab: EU SOU O DOMADOR DE LEÕES, ESSE EU CHAMO DE LEOSO, O LEÃO!

Chris: Cara, você passa muito dos limites.

Gab: Limites? Nunca nem vi.

Depois de ter dado os minutos, devolvemos os carrinhos e fomos jogar alguns jogos. Passamos a tarde inteira rindo e brincando, e quando deu por volta das 17:30, resolvemos voltar para casa.

Gabriel iria se arrumar no quarto de hóspedes, já eu e Christian, no meu quarto. Estranhamente, Renata havia trancado as portas e janelas do seu quarto, como se escondesse algo e não quisesse mostrar a ninguém, mesmo que "sem querer".

Coloquei uma saia preta 3 dedos acima do joelho, um cropped florido, e um salto também preto. Deixei meus cabelos soltos e fiz cachos nas pontas. Christian estava com uma calça preta, um vans vermelho, uma camiseta branca e um casaco de couro preto por cima. Gabriel usava um short jeans de lavagem escura, com um tênis de skatista preto, uma camiseta cinza e uma blusa xadrez por cima.

Todos estávamos prontos. Peguei minha bolsa e fomos todos para o PUB no carro de Christian. O PUB ficava a uns 10 minutos da minha casa, o que deu tempo de várias cantorias para "aquecer" a voz, como diz Christian.

NO PUB 

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Namorada de Mentira [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora