Capítulo 30 - Está um belo dia para...

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Era difícil manter o controle, principalmente com ela me beijando daquele jeito, tão entregue.

Embaixo de mim, Sabrina se mexia sensualmente. As mãos agarravam o meu cabelo e me puxavam para um beijo cada vez mais fundo.

Por mais que eu tentasse me controlar, já estava com as mãos nas coxas dela, apertando com gosto.

— Fernando... — ela gemeu, satisfeita, quando apertei sua cintura por dentro da blusa.

Eu não ia passar dos limites com ela, já tinha aprendido a minha lição. Mas aquele som era agradável e eu queria que ela fizesse de novo. Por isso parti para o seu ponto fraco: o pescoço.

— Fernando... — e gemeu outra vez, agora no meu ouvido.

A lufada de ar que ela soltou em minha nuca me causou uma onda de prazer tão intensa que dessa vez fui eu que não consegui evitar um som de satisfação.

À beira do completo descontrole, procurei em desespero sua boca, que acolheu a minha com a mesma intensidade. Segurei a barra da blusa dela e comecei a levantar, meus dedos tocando a pele quente. Ela começou a tirar a minha camisa também, e quando cada um estava na metade do caminho em sua tarefa, Eduardo acordou.

Ele começou a chorar. Um choro alto e escandaloso.

Paramos no mesmo instante. Apoiei as mãos na cama, de cada lado do corpo de Sabrina, para sustentar o meu peso. Meus olhos encontraram uma mulher descabelada e ofegante me olhando com uma mistura de desejo e frustração. Meu cabelo também não estava lá essas coisas e a minha respiração também era precária.

— Eduardo e Eduardo só podem ter formado um complô contra nós — falei, saindo de cima da Sabrina.

Era tarde de domingo e os pais de Sabrina não estavam em casa. Ingrid deu um jeito de convencer o marido de que fazer caminhada no domingo à tarde era bom para a saúde (eu era grato a ela).

Não que Eduardo confiasse em mim e na Sabrina sozinhos, mas confiava que o neto faria o trabalho enquanto ele não estivesse por perto.

Nos levantamos da cama na maior coragem do mundo, um ajudando o outro como se estivéssemos cansados demais para viver, e nos arrastamos até o berço onde nosso filho esgoelava furiosamente.

Fazia pouco mais de trinta minutos que eu tinha feito Eduardo arrotar depois de lhe dar uma mamadeira cheia. Em seguida, nos deitamos com ele na cama e ele adormeceu em cima de mim, enquanto Sabrina acariciava sua bochecha lentamente. O transferimos para o berço, porque também estávamos com sono e ficamos com medo de cochilar com ele na cama.

Então nos deitamos novamente, sonolentos, e trocamos um selinho desejando "boa noite", mesmo sendo de tarde. Mas aquele contato de lábios foi tão gostoso que trocamos outro. E outro. O quarto selinho virou um beijo lento e demorado. De repente, eu já estava em cima dela, beijando sua boca como se a minha vida dependesse disso.

— O que foi, meu amor? — Sabrina pegou ele. — Não chora, não — ela falava mansamente.

Fiquei observando a cena, fascinado. Não sei se era a forma que ela falava com ele, ou a maneira que o envolvia nos braços, mas ela simplesmente o fazia ficar calmo.

Minha namorada tinha só 17 anos, pouco para 18, mas era uma mãe incrível. Como podia fazer Eduardo se acalmar só com o som de sua voz?

Três meses e meio e Eduardo ainda não se acalmava comigo.

— Mamãe está bem aqui — ela disse no ouvido dele, depois olhou para mim. — E o papai também.

Peguei sua mão minúscula e ele agarrou o meu dedo indicador, apertando entre os dedos de formiga. Eduardo parou de chorar e deu um suspiro sentido, daqueles que vem depois do choro. Ele espremeu os olhos, abriu e disse:

Como nascem as estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora