3 Capítulo

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Toda aquela cena só reforçava o quanto e como tudo tinha se tornado inútil na minha vida.

E agora?
Oque você é?
Quem você tem?
Oque você se tornou?

Cantarolavam os parabéns de forma desodernada. Saimon sorria fixando os olhos em mim e Melissa entrelaçava-se em meu pescoço com seus pequenos braços. E " uau " àquilo era confortante ao extremo.

Em meio aquelas pessoas que pouco se importavam comigo eu tinha dois anjos de fato.

Depois de comer Clara já se despedia dos pais para ir embora e nem se despediu da irmã Melissa, muito menos de mim.

No sofá Saimon brincava com Melissa empolgado.

- Está na hora de alguém dormir - falei pegando a menina

- Eu posso te ajudar - Saimon a pegou e me fez segui-lo escada à cima.

Já no quarto Saimon a colocou na cama e ficou a conversar com ela, enquanto eu observava escorada na porta como era carinhoso.

Não demorou muito e Mel caiu no sono.

Observei que meus tios já haviam subido para dormir.

- Vou pra casa - Disse Saimon quando descemos para o quintal

Não sabia como me despedir e apenas cruzei os braços dando um sorriso despojado.

Ele se aproximou e me olhou nos olhos

- Você esta cada vez mais bonita - comentou

- Não seja bobo Saimon

Se aproximou e tocou no meu rosto, em seguida passou a mão em minha nuca e me puxou pela cintura dando em mim um beijo quente e ao mesmo tempo calmo.

- Feliz aniversário - sussurou entre o beijo

Nossa línguas começaram a se tocar e ele me apertava contra seu corpo enquanto chupava e mordiscava meus lábios.
Quase fui embora dali com Saimon e poderia jurar que se estivéssemos em um lugar só, eu teria me entregado a ele sem muita resistência. Mas decidi parar o beijo o afastando

- Seus pais... - alertei Saimon

- Eu não ligaria se eles nos vissem.

- Melhor você ir.

Virei às costas para Saimon e caminhei até a casa fechando a porta e apagando as luzes do andar de baixo.

Subi as escadas com pressa para chegar ao quarto e me atirar na cama. Ainda sentindo o gosto daquele beijo.

Trocava meu lindo vestido com girassóis quando vi no canto do quarto uma cômoda pequena que recentemente Cármen havia me deixado ficar.
Abri uma das gavetas e guardei o vestido ali, quando empurrei a gaveta ela simplesmente travou.
Algo parecia atrapalhar.
Retirei a mesma com certa dificuldade.
Enfiei a mão no vão fundo onde a gaveta ficara para ver oque tinha de errado ali.
Toquei e segurei firme em um objeto, gelado. Mais rápido que os segundos de questionamentos puxei-o.
Ao me deparar com aquilo nas mãos minhas vistas ficaram embaçadas, minha cabeça confusa e os olhos arregalados em alerta.

Uma arma

Ouvi passos serem dados e alguém parecia se aproximar do meu quarto.

Dizem que conhecemos os passos das pessoas com quem vivemos.
Pisões leves ou pesados.
Era certo que eu sabia quem se aproximava.

Muito confusa coloquei a arma em baixo da cama.
Fração de segundos para que a porta fosse aberta num chute e ainda agachada no chão, vi Carlos entrar no quarto com uma expressão brava.

Veio em minha direção e me pegou pelo braço me fazendo ficar de pé.

- Sua vagabunda! - gritou - Eu vou te ensinar a se comportar

Estava confusa e ao mesmo tempo tentava tampar minha nudez, mas Carlos mal se importava.

- Quem você acha que é pra sair beijando meu filho, Saimon?! - esbravejou e me soltou desafivelando o cinto

Fui para o canto ao lado da cama com medo quando ele me atingiu com seu cinto.
Passou a desferir contra mim várias chibatadas e eu apenas tentava cobrir meu corpo e sentia as marcas serem formadas em meu corpo.

- Você é uma qualquer. Te dou um teto, tudo!
Seus pais morreriam de vergonha de você agora.

Uma palavra sequer saía dos meus lábios, pareciam colados, definitivamente tapados por uma fita!

Lágrimas começaram a escorrer pois já estava a sentir muita dor

- Por ter um rostinho bonito acha que vai poder se vender aos homens?

Carlos parou por um curto espaço de tempo e só aí consegui olhá-lo.
Aquilo pareceu uma eternidade.

Não exitou em levantar a mão e acertar meu rosto em cheio com a cinta.

Coloquei a mão no local já não suportando tudo aquilo, meus berros já se tornaram mais intensos como uma súplica para que aquilo acabasse, para que alguém me ajudasse.

- Eu não quero te ver namorando e muito menos se oferecendo a qualquer homem, principalmente o meu filho

Com os braços tentava me proteger de sua truculência e agressividade quando meu puxou e desferiu um forte tapa em meu rosto me fazendo bater as costas na cômoda velha.

O maldito se preparava outra vez para me ferir como um animal quando num impulso toquei naquela arma a tomando com propriedade e raiva e apontei para Carlos.

Prisioneira de um Agente (NÃO FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora