43 Capítulo

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No refeitório eu e Carrie nos sentamos em uma mesa vazia que após cinco minutos já estava ocupada.
As meninas falavam sem parar e apenas uma coisa me preocupava.

Ele...

Passei a procurar Jhoni quando o achei no canto do pátio.
Me alcançou por segundos desviando precisamente de forma vertiginosa o olhar.

- Oque você tem? - uma das meninas perguntou

- Nada

- Se for pra ficar estranha assim é melhor ir falar com ele - Carrie cochixou ao meu ouvido

- Eu já volto

Segui para o quartinho observando se alguém estava olhando e entrei fechando a porta atrás de mim.
No pequeno quartinho de limpeza eu andava de um lado para o outro esperando ver Jhoni entrar por aquela porta.

Ouvi passos largos e firmes se aproximarem e ele apareceu na porta.

- Oi Jhoni

- Oi.

Tentei me aproximar mas Jhoni recuou.

- Aquele dia eu não entendi sua pergunta - disse acanhada

Jhoni suspirou fitando o chão.

- Você não entendeu ou não quis entender? - questionou sugestivo - Eu tenho que voltar. Acho que não temos mais oque conversar.
Me doeu ver como Jhoni estava sendo frio e indiferente.

- Eu vou sair daqui por um dia - Jhoni me olhou confuso - eu preciso de um lugar pra ficar

Jhoni se aproximou exíguo tocando meu rosto enquanto a outra mão extraía meu corpo contra o seu.

- Sair daqui?

- Sim, Keller me prometeu favores.

Jhoni me tomou em um beijo ávido, cheio de saudade, aneloso.
Seus lábios estavam molhados exalavam um ar frio.
Diferente do que pensava no momento não sofri com seus julgamentos.
Me entreguei ao beijo sem resistência tocando em sua nuca, dançando os dedos sobre seu pequenos fios de cabelo.

- É verdade? - confirmei com um sorriso desinibido

Suspirou aparentemente tentando não demonstrar sua evidente satisfação e alegria.

- Tenho que voltar - o olhei com carência.

Apesar de todas aquelas informações de certa forma Jhoni parecia inquieto. Seus olhos diziam mais. Escondia algo. Parecia aflito.
Tocou em meus seios e por dentro do macacão enfiou um papel.

- Eu vou te esperar - selou nossos lábios e deu as costas me deixando sozinha

Olhei o para o papel que tinha nas mãos e abri rapidamente vendo nele escrito um número de telefone.

                                 ***

Quando voltava para a cela decidi ir conversar com Keller.

Depois de muita insistência ela não negou meu pedido.
Pediu um tempo para conseguir me ajudar.
Eu só esperava que isso não demorasse.

                                  ****

Dois dias depois:

- Hoje é seu grande dia - comentou Keller

- Eu mal posso acreditar - comentei exasperada

- Você só precisar ter cuidado.
Não queira procurar ninguém - via autoridade e temor em seu olhar - você não tem ninguém, as pessoas com quem conviveu estão esperando uma brecha pra te fazer ficar aqui para o resto da sua vida - fazia questão de lembrar

- Entendi - respondi pesarosa mas com certa ânsia

- Você tem duas semanas. Segundo relatórios que estão nesse caderno -indicou - você precisou ser levada até uma unidade de saúde. Você entende Margot? Ninguém pode te ver andando por aí. Não se esqueça você ainda está presa!

Tudo que eu queria era sair dali e sentir um pouco do que sempre desejei.
Liberdade...

          

Prisioneira de um Agente (NÃO FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora