— O que você acha que a noiva está fazendo agora?
— Que importância tem, desde que não se atrase para a bênção do padre?
— Quais são seus planos a respeito de Anahí? Todos sabem que vocês mantiveram um certo relacionamento íntimo.
— Qual o problema com isso?
— Afinal você está se casando hoje. Não creio que sua noiva vá gostar de saber.
— Não me importa o que ela pensa. De qualquer forma, está tudo terminado.
— Talvez fosse melhor se você mandasse Anahí para uma de suas propriedades menores. Pelo menos durante algum tempo.
Christopher lançou um olhar mal-humorado na direção do amigo.
— Acho que sou capaz de tomar minhas próprias decisões.
— Muito bem. Faça como quiser.
— É o que pretendo. Para um homem que nunca se casou, você me parece bastante à vontade no papel de conselheiro do noivo.
Ao ver a dor estampada nos olhos do amigo, Uckermann arrependeu-se das palavras impensadas. Fora a triste história ocorrida na juventude de Tomáz que acabara envelhecendo-o precocemente. Porém, em vez de desculpar-se pelo comentário cruel, falou apenas:
— Se o tempo não melhorar, a cerimônia será no salão. Ainda será possível decorá-lo.
— Você quer que eu vá avisar Pascual?
— Não. Vamos aguardar mais um pouco — Christopher respondeu, aliviado diante do comportamento natural de Tomáz. Pelo menos ele parecia não haver guardado ressentimentos. — Enquanto isso, vou verificar se os criados de meus convidados e os animais estão sendo bem tratados.
— Desde que você não se atrase para o casamento.
Embora a voz de Tomáz soasse sem qualquer malícia, Christopher fitou-o desconfiado.
— Não me atrasarei — ele respondeu firme, saindo do salão.
Quando Anahí e Hilda, umas das criadas mais velha e experientes, chegaram para ajudar Dulce a vestir-se para o casamento, surpreenderam-se ao encontrá-la já pronta. Lady Saviñon trajava um belo vestido de veludo verde-escuro, delicadamente bordado, nos punhos e no decote, com fios de ouro. Na cintura delgada, um cinto fininho de bronze. Os cabelos ruivos e ondulados haviam sido enfeitados com uma pequena coroa de ouro. Nas mãos, ela segurava uma colcha de linho bordada.As servas olharam uma para a outra, sem sabe como agir. Sem dúvida seriam castigadas pelo atraso.
— Isto deve ser levado para os aposentos de meu lorde — Dulce anunciou, mostrando a colcha. E o jarro de vinho que está sobre a mesa também. São presentes de casamento de parentes meus.
— Minha lady, desculpe-nos não termos vindo mais cedo. — Nervosa, Anahí mordeu os lábios e retorceu as mãos, sabendo que deveria temer a futura esposa de Sir Christopher apesar das garantias do próprio lorde de que não haveria problemas. — Estávamos ocupadas com os preparativos lá embaixo e não sabíamos que nos aguardava...
Lady Dulce ergueu a mão para silenciá-la e Anahí ficou pasma ao ver os calos na
palma. Se aquela lady tinha mãos de camponesa, não podia ser uma pessoa mimada e indolente. As palavras seguintes vieram confirmar suas suspeitas. — Não estando acostumada a ter uma criada particular, prefiro me vestir sozinha. Lorde Saviñon já se recuperou o suficiente para comparecer à cerimônia?— Sim, minha lady — Anahí respondeu com respeito verdadeiro, apanhando a colcha e resistindo ao desejo de acariciá-la, tão macio o tecido.
- Ótimo. Agora vá e volte apenas quando estiver na hora do casamento.
— Se tem mesmo certeza de que não precisa de ajuda...
— Estou certa de que não preciso de nada — Lady Saviñon respondeu, os olhos fixos no jarro de vinho que Hilda se encarregara de pegar.
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Esposa Rebelde - Vondy
RomanceA paixão incendiou aquele casamento de conveniência! Inglaterra Idade Média Arrogante o orgulhoso, sir Christopher de Uckerman exigia de sua esposa obediência absoluta. Mas a rebelde lady Dulce Sanviñon desafiou a autoridade de Christopher desde a...