capítulo 44

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— Ora, vamos, Christopher, já o observei junto de outras mulheres antes e nunca o vi tratar nenhuma delas como trata sua esposa.

— Eu a trato de que maneira?

— Como se ela fosse um homem.

— Você enlouqueceu por completo — Uckermann respondeu, pensando que nunca a feminilidade de uma mulher o afetara tanto quanto a de Dulce.

— E você quem está agindo estranhamente. Ouça-me com atenção e não fique me olhando feito bobo. Se você não se importasse tanto com sua esposa, iria apenas ignorar tudo o que ela dissesse e conquistá-la a qualquer custo.

— Você me parece muito seguro do que diz.

— E estou. Quanto a você, pode ter certeza de que quero vê-lo feliz. Mais feliz do que eu, pelo menos. Portanto, por que não se permite gostar de Dulce e passa a tratá-la com cortesia?

Percebendo a preocupação genuína do amigo, Uckermann também respondeu com sinceridade: 

— Penso nela demais.

 

— Então não zombe da sorte de haver encontrado a mulher perfeita para você.

Embora não estivesse muito convencido do que acabara de ouvir, Christopher ficou satisfeito que Tomáz o tivesse dito.

— A única questão é — Tomáz continuou muito calmo —, como recomeçar?

— Recomeçar? Sobre o que você está falando? Por Deus, ela é minha esposa!

— Ela é uma mulher, não um objeto inanimado. Para início de conversa, um pouco de delicadeza não faria mal.

— Não me desculparei, se é isso o que você vai sugerir. Ela estava tão errada quanto eu.

— Como não sei sobre o que vocês dois discutiram...

— E tampouco vou lhe dizer.

— Ouça, você vai permanecer casado durante algum tempo, espero, portanto é melhor começar a pensar em reparar certos erros, nem que seja para assegurar um pouco de tranquilidade doméstica. Realmente não importa o motivo da briga. E não, o grande sir Christopher de Uckermann não terá que se humilhar, caso não deseje fazê-lo.

 

— Ótimo.

— Como eu estava dizendo, já que não sei o motivo da briga, posso apenas falar de modo geral. Talvez você devesse lhe dar um presente.

— Não sou nenhum rapazinho apaixonado para entregar uma rosa vermelha à minha dama — Christopher falou debochado. — Iria parecer um idiota.

— Ótimo. Então não dê uma flor. Que tal uma outra coisa?

Uckermann cruzou os braços, tentando pensar num presente que não sugerisse uma capitulação ou uma admissão de culpa.

— Talvez eu pudesse comprar a égua que vi ontem e dar-lhe de presente.

— Seria um ponto de partida.

Dulce segurou a bexiga de ovelha cheia de ar e sorriu para Marcelino, que estendia as mãozinhas gorduchas, ansioso para apanhar a bola.

 

— Pegue — ela gritou, atirando a bola na direção do garotinho.

Ele correu pelo jardim pequeno, quase tropeçando nas próprias pernas. Mas finalmente apanhou a bola, um sorriso enorme e triunfante no rosto.

Esposa Rebelde - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora