- Desperdiçamos muitas noites.
- Embora eu concorde, não posso esquecer meus deveres. Tenho homens para treinar. Ultimamente tenho sido negligente. - Christopher levantou-se da cama sem muito entusiasmo. - Você também não tem assuntos domésticos a resolver, esposa?
- Tenho certeza de que Pascual está cuidando de tudo.
- Para o diabo com o trabalho. - Ele sorriu e voltou para junto da mulher. - Tomáz pode treinar meus homens esta manhã.
Meia hora depois, Christopher sentia-se feliz e saciado.
- Por Deus, você é uma amante incrível, Dulce!
- Melhor do que todas as outras?
- Com ciúmes, minha lady? Pois não devia estar. Nunca amei nenhuma delas.
- Ótimo. Agora não seria melhor você ir ajudar Tomáz, ou Pascual? Ou então checar o trabalho de Téo?
- Você está certa como sempre, querida. Por Deus, já me sinto exausto.
- Não se preocupe, logo vai se recuperar.
- Quisera poder ficar na cama o dia inteiro - Christopher lançou um olhar falsamente acusador na direção da esposa - como certas pessoas...
- Que insulto! Eu não fico na cama o dia inteiro. Sabe, acho que eu preferia quando você era rude e indiferente. Pelo menos o trabalho do castelo estava sempre em dia. - Dulce riu, provocante.
- Agora você feriu meus sentimentos. - Christopher brincou, começando a vasculhar o armário. - O que você fez com minha túnica cinza?
- Você está uma figura. Veja sua túnica, toda amarrotada.
- Então você resolveu adotar as manias de Alfonso? Ninguém, a não ser seu irmão, preocupa-se tanto com roupas.
- E por falar em Alfonso - Dulce falou, levantando-se e vestindo uma túnica também -, você acha que o barão ficará muito irritado quando souber? Talvez nós devêssemos ter adiado o casamento.
- Imagino que não demoraremos a descobrir. Eu sugeri que o casamento fosse adiado, mas Alfonso não quis nem ouvir falar na possibilidade. Ele é um homem muito mudado.
- Graças ao poder do amor.
Os dois trocaram um olhar cúmplice.
- Falando sério, Christopher, acho que Alfonso e Anahí deveriam partir logo para a França, embora eu vá sentir falta deles.
- Surpreendentemente, acho que vou sentir falta de seu irmão também. Alfonso melhorou muito. Claro que foi influência minha.
- Ainda o mesmo nobre arrogante. Christopher abraçou-a por trás, fazendo-a sorrir.
- Você é uma mulher muito sedutora, querida. É difícil resistir ao seu charme. Bem, concordo que Alfonso deva deixar o país. O barão tem muitos amigos.
- É verdade, mas...
Uma batida desesperada na porta interrompeu-os.
- O que é isto? - Christopher soltou a esposa e abriu a porta num arranco.
- É o barão! O barão Léon! - Pascual gritou, aflito. - Ele está aqui! No salão!
- Barão Léon? - Uckerman repetiu devagar.
- Eu não sabia o que fazer e levei-o para o salão. Oh, Deus, não temos nem uma carne decente para o jantar.
- Vá servi-lo de um pouco de vinho agora e diga-lhe que desceremos em seguida - Dulce ordenou.
- Você acha que o barão já soube do casamento? - Christopher perguntou à esposa, tão logo o administrador se retirou.
- Quem sabe? Vou mandar Pascual ir atrás de Alfonso e avisá-lo de que deve ficar longe do castelo durante alguns dias.
- Não, querida. Alfonso não fez nada de errado. Seu irmão deve enfrentar o barão e por um ponto final no assunto. Afinal, ele é um Saviñon.
- Você sabe melhor do que eu o que deve ser feito. Só espero que Alfonso já não tenha fugido.
Quando os Uckerman chegaram ao salão, tiveram uma surpresa. O barão Léon estava sentado numa cadeira junto à lareira, diante de um Alfonso pálido, porém decidido. Ao lado de Alfonso, segurando-lhe a mão, Anahí, parecendo ainda mais bonita num vestido azul-claro. No mesmo instante, vendo a dignidade e coragem do cunhado, Christopher envergonhou-se de um dia havê-lo julgado um rapaz tolo e superficial.
- E então, Uckerman - o barão falou gravemente, notando que o amigo se aproximava -, você permitiu que esses dois se casassem.
- Sim, meu lorde.
- Não cabia a sir Christopher dar ou não permissão para o meu casamento. Ele não é meu superior hierárquico, e nem você, barão Léon.
- Sei muito bem quem jurou lealdade a mim, ou não - Léon retrucou muito calmo. - Não vim até aqui para condená-lo, mesmo que o seu comportamento tenha insultado lady Belinda. Aliás, quando ela chegou ao meu castelo, parecia querer que eu a consolasse, o que, gentilmente, recusei-me a fazer. Então a coitada resolveu ir passar algum tempo na propriedade de sir Thomas Tarrant, cujo filho está à procura de uma esposa.
Hilda entrou naquele momento, trazendo uma bandeja com cálices de vinho. A criada tremia tanto que dava a impressão de não ser capaz de colocar a bandeja sobre a mesa. Num movimento instintivo, Anahí estendeu a mão para ajudá-la.
- Anahí, este é o trabalho de Hilda agora - Havia ternura e firmeza na voz de Alfonso.
Hilda finalmente serviu-os de vinho e retirou-se apressada.
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Esposa Rebelde - Vondy
RomanceA paixão incendiou aquele casamento de conveniência! Inglaterra Idade Média Arrogante o orgulhoso, sir Christopher de Uckerman exigia de sua esposa obediência absoluta. Mas a rebelde lady Dulce Sanviñon desafiou a autoridade de Christopher desde a...