Capitulo IV - No Passado...

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- Bom... - Começou a Condessa hesitante.

- Se não quiser contar, não precisa - Richard garantiu-lhe, mesmo que estivesse se roendo de curiosidade, Cassy deixava-lhe curioso acerca de tudo, fazia-lhe querer saber cada detalhe. O que era incomum já que nunca tivera tal hábito.

Ela era casada, Richard dizia a si mesmo que era somente porque ela era melhor amiga de Tesh, e sendo assim, seria uma grande amiga para ele. Pelo menos era o que estava a dizer a si mesmo desde que descobrira quem era a dama a sua frente.

- Eu, como já deves saber, sou dois anos mais velha do que Tesh, - começou, mergulhando nas lembranças do tempo em que ainda era uma jovem inocente, mas sem se deixar domar pelas memórias -, então num baile, durante minha primeira temporada, acabei conhecendo-a. Tesh fora para acompanhar os pais, se não me engano, era o baile de Lady Pheston, começamos a conversar sobre algum assunto do qual não me recordo muito bem, mas sei que quando tive de despedir-me para voltar para casa de meus pais, garantimos uma a outra que manter-nos-íamos contato. E assim foi. Com o passar do tempo, torna-mo-nos inseparáveis, melhores amigas, fazíamos planos para quando casássemos tivéssemos nossos filhos juntos - por alguma razão, a simples idéia de ver Cassy grávida de Buchan fez o estômago de Richard dar um nó. - E outras fantasias de garotas inocentes.

Cassy suspirou, a parte calma e agradável da história passou, agora vejamos o que Richard achará do clímax. Pelo menos era como ela julgava. Pois para Cassy, o livro de sua vida já estava escrito. Ela estava fadada a viver neste casamento infeliz e sem amor. Nada poderia mudar isso. Nada além da morte. E jamais, nem em mil vidas ela cometeria suicídio ou cogitaria a hipótese de tornar-se uma assassina. Era um fato. Quanto ao desfecho, bom, aqui estava ela vivendo-o a cada segundo.

- Já no final de minha temporada, não havia encontrado ninguém que me agradasse, porém, apesar disto, já possuía algo muito mais valioso. - Continuou lembrando-se de Tesh e Philipy, e claro, de Tobias. Seus irmãos.

- A amizade de Tesh e dos Claire?! - Adivinhou o Marquês, ele sabia ter acertado, pois ela sorriu lindamente.

- Sim, mas não somente isso. Tesh, Philipy e Tobias são meus irmãos. - Os olhos dele arregalaram-se de imediato fazendo-a rir, pois a interpretação daquela frase varia de cada um, mas o mais provável era pensarem que ela era filha ilegítima. Para ser sincera seria bem melhor se realmente o fosse. Porém tinha total conhecimento que nem o Conde e nem a Condessa seriam capazes de serem pérfidos no matrimonio. Amavam-se em demasia. - Não, Richard, eu não sou irmã deles neste sentido literal de possuir o mesmo sangue. - explicou fazendo-o suspirar relaxado. - Somos irmãos, pois eu os amo como tal, e o sentimento é recíproco. Tio Laercyo e Tia Lyn são exatamente isso: Tios, padrinho e madrinha, talvez meus segundos pai e mãe. - Cassy explicava com um sorriso colado no rosto, amava-os muito. Mas o sorriso acabou desfazendo-se ao murmurar a frase seguinte - Ou talvez primeiros já que aqueles que me conceberam são apenas meus progenitores.

- Verdade? - Indagou Richard tomado pela surpresa. Pelo jeito Cassy era-lhe mais parecida do que pensara. Pois ele sentia algo semelhante em relação ao pai. Ele era apenas seu progenitor. Nunca se importara com nenhum dos filhos.

- Também... Você também...

- Sim. - Ele admitiu baixando a cabeça por leves minutos, ressentia-se por ser verdade, mas infelizmente o era. Não havia meios de negar. Mas logo ele voltou ao seu natural, levantando o olhar para ela que lançava um olhar diferente.

Todos os que conheciam a verdade, ou pelo menos parte dela, olhavam-no com compaixão e pena, e detestava isso. Já bastava sentir pena de si mesmo vez ou outra. Se terceiros olhassem-no da mesma forma tornar-se-ia um coitado. Mas Cassy... O olhar dela era diferente. Era... O olhar de alguém que entendia. O olhar de alguém que sabia o que ele estava a sentir. Isso sim era reconfortante.

- Entendo-o. - Afirmou ela levando a mão enluvada para a dele e segurando-a com firmeza. Nem mesmo Daniel já fizera isso, tapinhas no ombro, palavras de conforto, mas nunca isso. Entendo-o. Apenas uma palavra com um enorme significado.

Cassy segurava a mão dele tentando transmitir firmeza. Já estivera no lugar dele. Sabia o que era sentir que aqueles que a colocaram no mundo não a amavam. E sabia que às vezes tudo o que precisamos para sentir-nos melhores são gestos simples. Não pena. Não compaixão. Mas saber que há alguém que nos entende, que está lá por nós. Para nos dar apoio.

Era mais do que suficiente.

Os livros que lera e o que vivera deram a ela a experiência necessária para tal.

Richard retribuiu o aperto na mão, enquanto olhava-a nos olhos. Os mais belos olhos que já vira. Tão transparentes. Via neles uma nuvem, não a nuvem de entendimento que sentia rodeá-los, mas uma nuvem. Um segredo. Algo que mesmo que ele a pedisse, não lhe contaria. Algo ruim.

E depois daquele momento, jurou no interior de seus pensamentos, a Cassy e a si mesmo, que descobriria o que era essa nuvem. E a dissiparia nem que tivesse de fazê-lo com as próprias mãos.

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Oi pessoal, como estão? Espero que bem!

Sei que o dia de postagem é somente amanhã, mas prefiri me adiantar aqui pois preciso estudar que semana que vem serão minhas provas.

Mas ainda assim, espero muito que tenham gostado do capitulo, e se gostaram deixem seus comentários e estrelinhas!

Beijinhos, felicidades e até a próxima!

Ceci.

Minha Complicada Marquesa - Amores Entrelaçados 02Onde histórias criam vida. Descubra agora