Capítulo XXV - Jamais Irá Permitir

2.1K 273 47
                                    

Richard nem sequer teve tempo para pensar em nada. Tudo fora tão veloz que acreditava ter chegado a limítrofe de não conseguir segurá-la.

Tudo ocorreu diante de seus olhos, Cassy abrindo a missiva, lendo-a, logo veio o olhar surpreso na face dela. As íris vitrais espavoridas, temerosas. Completamente assustadas. Pôde ver perfeitamente como as mãos dela ficaram trêmulas e sua respiração pesada. O que quer que pudesse ser o conteúdo daquela carta, a apavorou.

Bristol levantou-se numa surpreendente velocidade, segurando-a antes que atingisse o chão. Olhos de vidros focaram-se nos seus pouco antes de esconderem entre as pálpebras. Cassy havia desmaiado e a espistola que a espavorira tanto perdida ao chão.

- Cassy! – As damas gritaram ao ver a Condessa-Viúva nos braços do Marquês. Não havia tempo para nada em especial, todos ali, inclusive os pequenos, focaram suas atenções na dama desmaiada.

Tudo estava passando-se como um raio pela percepção de Richard, logo Cassandra já fora levada por ele aos próprios aposentos, quando a deitou na cama de casal que a mesma usava diariamente desde que chegara a Haddon Hall, não demorou para que Bertha adentrasse no recinto com uma cesta de ervas.

A mais velha não se importou com ele, apenas fez a nobre cheirar algumas das folhas que trazia consigo para em seguida dar-lhe um chá escuro dizendo que a faria acalmar-se. Richard não fazia idéia de como Bertha fez Cassy beber aquele liquido cujo cheiro não lhe vinha muito agradável, mas ficou aliviado ao ver, mesmo que muito brevemente, a Condessa-Viúva abrir os olhos, apenas para fechá-los logo em seguida.

Bertha examinou a dama como uma verdadeira enfermeira, medindo a pressão, a temperatura e os batimentos da melhor maneira que pôde, constatando que na verdade tudo aquilo não passara de um susto causa por aquela tal carta.

- Bom... – Suspirou a senhora aliviada por Cassy não estar com nada relativamente sério. – Foi apenas uma espécie de queda de pressão. Ela vai acordar logo. – Garantiu para o refrigério de Bristol. – Mas sugiro que você fique aqui com ela Richard. Assim que despertar venha convocar-nos. – Explicou sem dar ao Marquês tempo para refutá-la, prosseguiu em um tom divertido enquanto deixava o aposento. – Vou tentar acalmar aquela matilha de nobres preocupados...

Assim que ele ficou a sós com Cassy, o Marquês pensou o que poderia haver naquela missiva para provocar tal reação. Certamente não era nada de bom, mas o que seria...?

*~*~*~*~*

Cassy abriu brevemente os olhos, numa fração mínima de segundos, vislumbrando um par de Peridotos. Tudo o que via não passava de um vulto, mas foi incontrolável a sensação de calma que a assolou.

Tal sensação era muito bem vinda, pois de certo precisaria de muita calma para poder prosseguir com sua vida. O significado daquela missiva que chegara para si... Não era nem um pouco bom.

Sentiu uma mão segurar a sua e um calor se alastrar por cada célula sua a partir daquele local. O prazer lenitivo que ela estava a sentir contrastava totalmente com as reais emoções. Mas de fato era ótimo ter aquela espécie de ancora que a impedia de se afundar nas novas, porém já previstas angustias que a assolavam.

- Cassy... – Ouviu uma voz chamá-la. Parecia distante, mas ao mesmo tempo era como se estivesse sendo sussurrada em seu ouvido, o hálito quente que sentia contra sua orelha a faziam crer que de fato o dono daquela voz que começava a se tornar inconfundível estava de fato muito próximo a ela. – Se estiveres me ouvindo, abra os olhos.

Queria fazê-lo, de fato, desejava olhar para aquelas íris verdes que tanto a acalmavam e dizer que logo tudo se resolveria. Ambos cuidavam um do outro, no entanto a Condessa-Viúva duvidava que Bristol fosse querer envolver-se naquele problema em questão.

Minha Complicada Marquesa - Amores Entrelaçados 02Onde histórias criam vida. Descubra agora