Capitulo XV - Retornando a Haddon

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Haviam acabado de chegar a Lichfield. Porcina não parava de reclamar, porém aquilo já era costumeiro da mesma. Ao passo que a Marquesa e as irmãs continuavam calmas e pacientes.

Fabyan tinha de admitir, a atitude de Richard o surpreendera um pouco. Imaginava que Bristol gostaria de resolver a situação, mas não pensara que ele iria por tal rota.

Pacientemente, os dois cavalheiros aguardavam que o jovem nobre proprietário das Terras da dita aldeia viesse recebê-los... Há pelo menos uma entediante meia hora.

Finalmente, o mordomo retornara até eles, trazendo consigo a noticia de que seu lorde irá recebê-los no escritório. Andando calmamente pelo corredor daquele lugar, o Marquês notara que alguns cômodos cujas portas mantinham-se abertas estavam faltando uma coisa aqui e ali, sinalizando algo que o próprio Richard já havia suposto.

Quem quer que seja, está falindo aos poucos. Sucumbindo ao peso das jogatinas.

Adentraram no escritório. As prateleiras estavam sem alguns volumes, deixando buracos aqui e ali. O ambiente carecia de empolgação, exprimindo uma áurea deprimente. Não tinha como se sentir bem ali, de forma nenhuma.

- O senhor é o Marquês que gostaria de falar com minha ilustre pessoa? – O homem a sua frente era, na verdade, um garoto de no máximo vinte anos. Falava arrastado, como se fosse um custo imensurável pronunciar cada sílaba, porém a presunção também não era escondida.

- Sim, vim tratar de um assunto que julgo de importância a ambos. – Foi breve e direto. Não tencionava estender sua presença num lugar como aquele. O rapaz sorriu-lhe, mostrando alguns dentes amarelados certamente pela bebida em excesso.

- E o que o Grande Marquês de Bristol gostaria de falar com um humilde lorde como eu? – Indagou, mas a humildade nunca foi presente em sua frase. Ao contrario, o espavento no timbre de sua voz era presente.

- Gostaria de tornar-me proprietário destas terras. – Afirmou, mostrando uma papelada que conseguira reunir em tão pouco tempo sobre o a tal aldeia. Era uma porção não muito grande, de no máximo cinco hectares, se chegasse a tanto.

- E por qual motivo as deseja? – Indaga curioso. Havia somente uma aldeia naquela porção de terras, onde os moradores mal pagavam os impostos. O que Bristol poderia querer com ela?

- Podemos se dizer que me interessa, simplesmente. – Apesar da curiosidade, o jovem queria mesmo era a oferta que Bristol parecia querer lhe dar. Não seria hipócrita, precisava de dinheiro, e diante dele estava sua chance.

- Quanto me daria por ela? – A indagação surpreendeu ao Marquês, que não conseguiu raciocinar muito corretamente devido a inesperada e inconveniente onda de adrenalina que se instalou em sua circulação.

- Duas mil libras. – Falou por impulso. Os olhos do jovem Diane dele faiscaram perante a soma. Richard sabia que era pouco, mas o garoto não pareceu se importar. Deixou a cadeira onde estava sentado e começou a mexer em alguns documentos, sem demora, retornou com alguns papeis em mãos.

- Estes são os papeis de posse das terras. Posso lhe passá-los imediatamente, se me passar a quantia. – Sugeriu, ansioso para poder voltar a visitar o clube que já não freqüentava há alguns dias. Richard suspirou, fora a primeira quantia que lhe veio a mente, e por sorte era quase a exata que possuía.

Deixou o escritório, onde Fabyan e o rapaz ficaram a espera-lhe. Entrou em sua carruagem e pegou a maleta. Ainda bem que trouxera consigo o dinheiro logo de uma única vez. O trabalho se adiantava e logo poderia voltar para casa em segurança.

Enquanto subia de volta ao escritório, viu um dos poucos quadros ali presentes. Um belo jacinto. Aquele azul... Olhos incrivelmente azuis. Foi como se a imagem de Cassy o atingisse to forte como um soco. Balançou a cabeça, atordoado, tentando espantar quaisquer que fossem os pensamentos voltados a Condessa.

Minha Complicada Marquesa - Amores Entrelaçados 02Onde histórias criam vida. Descubra agora