Capitulo XIV - Interrogatório Parcialmente Inútil

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Richard andava de um lado a outro pela sala da hospedaria onde se instalara com sua mãe e irmãs. A situação não era aceitável.

Há pouco mais de duas horas, ele, sir. Fabyan e os soldados de Robert, realizaram o resgate das damas, porém infelizmente acabaram por não chegar a tempo de impedir um infeliz ocorrido: A violação de Porcina.

Ainda estava sendo difícil crer que sua irmã fora realmente violada. Era um dos atos mais hediondos a serem cometidos, pensava ele. Mesmo que Porcina fosse uma peste a ser examinada, um ser vivo insuportavelmente chato quando desejava, não acreditava que aquele tipo de ação pudesse resolver algo.

Sua irmã mais velha era uma dama mesquinha, sabia disto, e agora com a honra manchada, tornar-se-ia insuportável! Era a única das três irmãs de Richard que se importava em conseguir um bom matrimonio, mas com tal acontecimento, os planos da jovem foram postos todos contra as chamas.

Mesmo com as provocações que sua irmã certamente deveria ter feito, não acreditava que Porcina pudesse ter chegado tão longe ao ponto de irritar aquele homem para que ele ordenasse sua violação. Estava indignado!

Acomodou sua mãe e suas irmãs numa estalagem elegante de Lichfield, os homens ainda estavam desarrumando o acampamento, os seqüestradores foram todos postos em celas para evitar que fugissem, mas o nobre ainda não se encontrava satisfeito.

Tinha de saber a razão para o que acontecera a Porcina. E claro, por qual motivo sua mãe suas irmãs foram vitimas daquele seqüestro. Apesar de tal parecer um tanto obvio, queria ter suas certezas.

Nem que para isso tivesse de cavar no canto mais escuro de sua alma para se tornar capaz de obter as informações.

*~*~*~*~*~*

Com o auxilio dos homens de Robert, o líder dos saqueadores fora levado até a cabana onde as mulheres estavam sendo mantidas, pois de fato aquele era um ótimo lugar para se tirar informações de uma pessoa com toda a liberdade, e claro, sem interrupções.

Toda a área estava protegida pelos soldados que o rei lhes enviara, em uma das poucas salas da cabana se encontravam Bristol, Sir. Fabyan e o tal saqueador, amarrado a uma cadeira. Era o momento do interrogatório.

- Por que você não nos polpa dos momentos desagradáveis e fala logo de uma vez? – Indaga o Marquês, ansioso por acabar com aquilo rapidamente. Não suportava estar na presença daquele homem. Causava-lhe asco e um desejo insano de socar-lhe a face.

O homem riu amargo, estava tornando-se nítido que não estava nem um pouco disposto a colaborar. – Me dê um bom motivo para que eu revele minhas razões.

- Não está em posição de exigir nada seu infeliz. Poderia mandar-lhe a forca pelo que fez, não vê? – Richard parecia mais um animal enjaulado, os olhos verdes como Peridotos cintilavam com desejos sombrios. Era incomum aquele seu lado, de fato. Porém sua face mais insólita e beligerante certamente haveria de ser a única a lidar com aquela situação, já que o Marquês de sempre não conseguiria prosseguir aquele momento sem fazer alguma piada. E de certo, a raiva pelo que foi feito a sua mãe, o transtorno que ela e suas irmãs passaram, o medo que sentiram, tudo aquilo fazia uma faceta sombria antes desconhecida de Bristol aflorar.

Mas era certo que tal lado retornaria ao recanto mais afastado de sua alma assim que tudo viesse a resolver-se. Afinal, não queria ser daquele modo com todos que conhecia. Com seus amigos e com as pessoas que amava.

- Você pode me mandar para a forca Marquês, mas só significará que não é tão diferente de mi... – O homem não conseguiu terminar sua frase. O que ele dissera tirara o nobre do sério. Como poderia ser capaz de compará-los? Aquilo era demasiadamente inadmissível! O punho de Bristol não demorou a atingir a lateral esquerda do rosto do homem com considerável força, fazendo-o virar com o impacto.

Minha Complicada Marquesa - Amores Entrelaçados 02Onde histórias criam vida. Descubra agora