Minha Complicada Marquesa - Amores Entrelaçados 02

Capitulo XXIII - Desejo Doce

Era fato de que não estava satisfeita com sua própria situação, porém duvidava que conseguiria obter destino muito melhor. Para sua mais total falta de sorte, aqueles brutamontes a tinham tirado a pureza, agora teria de casar-se com o irritante Lorde de Ros.

O pior, era que nem sequer conseguia se recordar dos ocorridos. Tudo o que habitava sua memória era ela sendo obrigada por aqueles asquerosos a tomar uma espécie de bebida. Depois era apenas escuridão. Oh malditos... Se pudesse ter alguma espécie de vingança, adoraria. Infelizmente, era uma vergonha para sua falecida mãe, não sendo capaz de nem sequer atrair um nobre poderoso o bastante.

Porcina suspira, olhando fixamente para sua mão. Estava noiva. Seria a próxima Baronesa de Ros. Fez uma expressão emburrada ao imaginar a face de decepção da mãe. Olhando pela janela, não conseguia ver aonde seu irmão e a Condessa-Viúva estavam, mas pelo que percebia da interação de ambos, os dois se cortejavam... De uma maneira um tanto diferente.

Não demonstravam ser nada oficial, mas de certo havia algo. Quem sabe não seriam amantes...

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- Bolo! – Pediu Ella, pela terceira vez. Cassy sorrindo, cortou o que deveria já se tratar do quarto pedaço de bolo de chocolate que a pequena degustava. Will não era diferente, devorando quase tanto quanto a menina.

Ela e Bristol estavam fazendo um piquenique com os dois pequenos para que os casais apaixonados, e os mais velhos, pudessem ter certo descanso. A desculpa mais que perfeita de Robert fora:

- Vocês dois são solteiros e se entendem bem. As crianças os adoram e todos nós precisamos de uma pequena dose de relaxamento. – O monarca falara tais coisas como se o Marquês e a Condessa-Viúva não precisassem de uma pausa também. E mais impressionante foi ver todos os outros concordando com tais dizeres.

Sem muita escolha, ali estavam, enchendo as pobres crianças com comida para os casais ficarem a namorar por toda a tarde. Ao menos eram dois serezinhos adoráveis os quais eram definitivamente adorados pelo casal.

Enquanto Ella e Will deliciavam-se com seu bolo, os mais velhos saboreavam uma torta de ameixa e chocolate extremamente saborosa. Os pequenos pareciam ter sua própria conversa privada em seu idioma de criança. Cassy e Richard riam da situação.

- Parece que são eles a nos acompanharem e não o oposto. – Pensou alto, fazendo o Marquês deixar escapar uma risada contida.

- O pior é que és verdade. Quem dirá que somos nós dos adultos aqui? Esses dois pequenos parecem um casal, mesmo que eu não goste de admitir isto. – Confessou Bristol olhando-os. O casal conversava baixinho para a dupla infantil não os ouvir, o que significava uma proximidade... Demasiada.

- Creio que caso venham a estabelecer um laço mais intenso, terão certas pugnas a se vencer, mas se for verdade o que costumo crer sobre sentimentos, na maioria das vezes é o amor quem triunfa. – Afirmou Cassandra mordendo outro pedaço da torta, um pouco do recheio escuro acabou escorrendo pelo canto de seus lábios, numa fina linha doce pelo queixo, chamando imediatamente a atenção do Marquês.

Richard levava outro doce pedaço daquela magnífica torta a boca quando seus olhos captaram a descida aliciante de uma fina linha escura seguir do canto dos lábios de Cassy. A Condessa não pareceu notar de inicio, mas ao vê-lo encarando-a de forma intensa com a mão na metade do caminho até a boca, percebeu que havia algo de estranho.

No entanto, o desejo por parte da dama era muito mais intenso que a curiosidade, por isto não perdeu tempo ao acabar de mastigar e engolir, inclinou-se em direção a Bristol e abocanhou o pedaço dele numa só mordida.

O Marquês foi despertado de seu transe ao sentir a boca úmida de Cassy envolver seus dedos, enquanto a Lady comia seu pedaço de torta. A mulher lhe havia roubado a torta, as bochechas estavam cheias por causa do tamanho e linha doce ainda descia por seu queixo, atingindo levemente seu pescoço.

- Mas não o fará de forma nenhuma. – Declarou e espírito de guerra, avançando para cima dela, segurando-lhe os pulsos e os pondo acima da cabeça. Em instantes, Cassandra estava dominada por completo, o olhar selvagem de Richard era de fazê-la temer, não apreciava muito que um homem a dominasse daquele modo, mas exatamente como acontecera da ultima vez, a excitação era maior que o medo. – Nunca tente me roubar doces. – Instruiu, e de um gesto louco, percebendo que ela ainda mastigava o pedaço de torta devido ao tamanho do mesmo, Bristol colou seus lábios aos dela.

Não era da classe que aceitava perder uma torta de ameixa e chocolate sem lutar, mesmo que a testilha se travasse entre línguas ao invés de espadas.

Para Cassy foi impossível não ceder a passagem, e quando os dois começaram a brigar pela torta foi como se seu interior se incendiasse. As línguas de ambos se batiam de forma frenética, competindo quem comeria mais do doce, as crianças... Bom, naquele exato instante não houve preocupação com decoro ou racionalidade. Apenas um misto de desejo, paixão e doces rondava os neurônios daquele casal embevecido, mesmo que nenhum dos dois se dessem conta de tal.

Quando a torta já havia sido perfeitamente ingerida, nenhum deles sabia exatamente quem comera mais, todavia não era segredo algum que o beijo não fora cessado. A testilha dos dois teria se prolongado mais, porém a ausência de oxigênio começava a ser cobrada em seus organismos, obrigando-os a se separarem.

Olhando nos olhos um do outro, o rubor os dominou, principalmente pelo fato do que os pequenos começaram a dizer. As íris cheias de um indômito desejo eram uma simples, porém nítida prova do que sentiam, mas de forma alguma viriam a admitir tal. Os lábios inchados e levemente sujos de torta, o sabor do beijo mesclado ao do doce... Deixava-os ensandecidos.

- Tia Cassy e Tio Richard vão casar. – Repetiam os pequenos de maneira incessante. O Marquês saiu de cima da dama e a ajudou a sentar-se. Os dois olharam os pequenos como se suplicassem para que parassem seu alvoroço, mas fora um pedido completamente ignorado.

Por um misero segundo, eles arriscaram cruzar o olhar, e aquela fração de tempo, mesmo que mínima, fez com que tanto a Lady quanto Bristol notassem algo de demasiada importância, e aquele fato, infelizmente, não era possível ser ignorado. Ao menos não com facilidade. E a proximidade quase instantânea que os dois possuíam era demasiada perigosa, porém o que os ligava tornava-se cada vez mais forte e intenso do que deveria afastá-los.

Necessitavam urgentemente de uma detalhada reflexão. O acordo era andarem lado a lado, tentarem salvar um ao outro da caligem que cercava cada um em seu próprio precipício de desespero. Afinal, juntos as dores convertiam-se em algo pequeno, quase insignificante, e aquilo por mais surpreendente que fosse, era também... Perigoso.

Não poderiam, de forma alguma, estarem se apaixonando.

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Olá pessoal, como estão? Espero que bem!

Depois de dois punhados de séculos afinal, finalmente retornei com os capítulos.  E o que melhor para matar a saudade do que uma disputa dissoluta por comida?

E essas crianças? Parecem serem mais sábias do que os próprios adultos! O que se pode esperar deste nosso casal...?  O que me dizem de um pequeno trechinho do capítulo que vem vindo para melhorar a situação?

Não esqueçam de deixar as estrelinhas e os comentários para me incentivar! Adoro quando vocês comentam, quero saber a vossa opinião sobre o desenrolar!

Beijinhos, felicidades e até a próxima!

Cecí

CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO...

"Certamente nada de bom poderia vir de um amor, mesmo que tivesse outros exemplos bem nítidos de que tal sentimento quando real era fatal e potente, quem garantia que seria seu caso? Ela bem sabia que não era mulher feita para ser feliz, então nem sequer se daria o trabalho de tentar.

Não fora feita para o amor."