Capítulo • 6

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Alerta de Gatilho: insinuação de violência sexual.

Alerta de Gatilho: insinuação de violência sexual

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— Filha, sairei por alguns minutos. — Meu pai caminha até mim e ao estar próximo segura a minha mão. — Tudo bem? — sussurra, e mesmo que não diga em voz alta, consigo entender a pergunta muda através dos seus olhos: quer saber se ficarei bem sozinha com Dominic.

Ele acordou há pouco tempo, se estranhou Dominic e eu estarmos abraçados no momento, não demonstrou nada em suas ações. Apenas veio até nós e expôs a preocupação que sentiu quando fui trazida até o hospital. Mamãe o acordou aos gritos no momento que desmaiei. Ao olhar para Dominic o agradeceu mais vezes por ter nos ajudado.

— Tudo bem. Mamãe deve estar chegando — murmuro, e seus olhos se tornam suaves antes de se inclinar para beijar minha testa.

Um longo suspiro escapa por meus lábios no momento que se afasta rumo a porta. Ficarei sozinha com Dominic. Quando a porta se fecha, evito encarar o homem não tão desconhecido, ainda não acredito que busquei conforto em seus braços. Que vergonha.

— Deveria avisar o pai do bebê — diz tão baixo que não escuto direito.

— O quê? — Ergo a cabeça e sou atinginda com a tempestade presente em suas íris azuladas.

— O pai do bebê deve estar preocupado. — As palavras parecem deixar um gosto amargo em sua boca, pois ela se contorceu como se fosse difícil pronunciá-las.

"Pai do bebê". Essas três palavras ecoam na minha cabeça e sou levada até um lugar que não queria voltar nunca mais. Um suspiro trêmulo escapa, o suor parece escorrer pelas minhas têmporas e o estômago se embrulha.

— Angel? — O ouço chamar, mas não consigo reagir.

Misturo o presente e o passado sem saber como escapar dessas memórias dolorosas.

— Não, Angel! — gritou. — Você não vai embora! Pode gritar o quanto quiser, não tem ninguém em casa e Laryene não irá voltar tão cedo. — Abriu um sorriso cínico. — Apenas irá sair quando eu — aproximou seu rosto do meu — tiver me divertido o bastante com seu belo corpo virgem.

Essas palavras se repetem na minha cabeça como se fossem um disco arranhado. Lágrimas irrompem dos meus olhos, e o soluço parece estar preso no fundo da garganta, trazendo imenso desconforto aos pulmões que lutam para trabalharem com pouca quantidade de oxigênio. Em frente aos meus olhos não me vejo mais no quarto de hospital, apenas vejo um grande borrão escuro, parece que estou presa dentro de algum tipo de filme de terror. As imagens surgem tão vívidas que sinto como se estivesse vivenciando aquilo de novo.

"Você é deliciosa."

"Isso, grita mais, amo ouvir esse som. Apenas me excita."

"Como você é apertada, do jeito que imaginei."

Aprendendo a Amar (02) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora