Capítulo • 44

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Merda, sua face está expressando alguns traços de medo, e eu odeio isso

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Merda, sua face está expressando alguns traços de medo, e eu odeio isso. Seguro a mão dela e tento transmitir todo o conforto necessário para esse momento. Sentados dispersos pela sala, encontra-se minha família, suas íris cobertas de confusão. Eles não sabem o motivo dessa inesperada reunião, apenas Diogo.

— Filho, está com algum problema?

— Infelizmente sim, mãe.

Troco um olhar com Angel, respiro profundamente antes de observar meus pais. Ainda não revelei à ela sobre o envelope cujo qual foi entregue hoje. Simplesmente não consegui abrir a boca para contar e em seguida mostrar aquela maldita foto que irá assombrar-me pelo resto da vida.

— Hope está bem, certo? — a pergunta receosa vem do meu pai.

Os olhos de todos seguem na mesma direção: as escadas que levam até o meu quarto, onde Hope se encontra dormindo e Justine — governanta e amiga da família — está velando seu sono.

— Nossa filha está bem — Angel responde, e isso parece ser o bastante para acalmá-los. — Antes de começar a revelar o verdadeiro motivo dessa reunião, gostaria de pedir desculpas. Estamos escondendo algo importante da família, e a culpa não é do Dominic, ela é totalmente minha.

Todos parecem ter a mesma reação, e tentam dizer ao mesmo tempo que ela não precisa se desculpar. Abro a boca para espelhar a mesma opinião, contudo ela me interrompe, suas íris repletas de uma suavidade que parece perfurar a minha alma, conseguem enxergar o que ninguém consegue.

— É a verdade, meu amor. — Aperta minha mão, respira fundo e crava seus olhos nos meus pais. — Irei revelar uma parte da minha vida que vocês ainda não sabem, a parte que envolve a Hope.

— Não importa. Ela sempre será a nossa neta — o homem quase rosna ao dizer, e a emoção está presente em suas íris idênticas as minhas.

— Seu pai está certo. Hope é nossa neta — declara minha mãe.

Pela visão periférica noto meus irmãos balançarem a cabeça, espelhando a mesma opinião que os nossos pais.

— Eu sei — murmura Angel, emocionada. — Agradeço de coração por todo o carinho ao me acolherem de braços abertos à essa família.

— Não seria de outro modo, você trouxe vida ao nosso filho. Os outros podem não ter notado algo além da diversão, mas eu sou mãe, em vários momentos encontrei a escuridão presente em seus olhos. Sou mãe, querido, nós sabemos de tudo.

Meus olhos se arregalam diante do choque, nem ao menos cheguei a cogitar que ela sabia, pensei que estava escondendo bem esse lado sombrio.

Aprendendo a Amar (02) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora