Capítulo • 22

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O tempo tem um jeito engraçado e cruel de mostrar como se deve aproveitar os pequenos momentos ao lado das pessoas que amamos ou irão escapar entre nossos dedos antes que se tenha uma chance de aproveitá-los corretamente

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O tempo tem um jeito engraçado e cruel de mostrar como se deve aproveitar os pequenos momentos ao lado das pessoas que amamos ou irão escapar entre nossos dedos antes que se tenha uma chance de aproveitá-los corretamente. Talvez aquele momento na qual parece não ser prazeroso, pode despertar a saudade daqui uns anos quando olharmos para trás e desejar que volte. Infelizmente, isso não será possível.

Suspiro enquanto acaricio minha barriga arredondada. Pode não estar tão grande, mas minha filha continua a crescer como uma guerreira lutando contra esse hematoma. Em poucos dias completarei quatro meses. Confesso que estou surpresa com a rapidez das quais esses quase dois meses se passaram desde que conheci Dominic naquele dia, no hospital. Contudo, esses dias não se passaram em vão, muitas coisas aconteceram, sejam elas positivas e negativas.

— Angel?

Sou retirada desses pensamentos com a voz de Isis. Ao seguir o som, a encontro parada na porta. Impossível controlar a emoção que surge em meu coração a cada vez que estou perto dela.

Lembrar-me da conversa que tivemos naquela noite, ainda desperta a dor. A sensação ruim nada mais é que o sexto sentido gritando para ser ouvido. Algo muito cruel lhe aconteceu. Parecia que eu estava aprisionada dentro de um pesadelo e não conseguia achar a saída.

Tentei ligar para ela, mas não obtive resposta. Mandei mensagens, mas nenhuma foi entregue. O aperto apenas se tornava ainda mais doloroso com o passar dos minutos. Dominic — como havia prometido —, foi até minha casa após sair do quartel. No momento que suas íris recaíram sobre mim, notou que algo estava me atormentando.

Era quase meia noite quando recebi a ligação que mudou nossas vidas. Isis havia dado entrada no hospital em estado grave e entraram em contato comigo, pois era o último contato que estava salvo em seu histórico de chamadas. Se Dominic não estivesse ao meu lado no momento que recebi essa notícia, teria caído no chão. Minhas pernas estavam trêmulas e o estômago se revirou de forma brusca.

Acordei meus pais para avisar brevemente sobre o que estava acontecendo antes de sair. Dominic me acompanhou até o hospital. Múltiplas perguntas surgiram na minha cabeça, todas as direções que elas seguiam não eram boas. No entanto, lembrei-me do grito e estrondo que havia ouvido no fundo da ligação antes que ela desligasse. Isso apenas aumentou o desespero cujo qual estava sentindo naquele momento.

Todavia, nada me preparou para as palavras que escaparam da boca do médico após sair do Centro Cirúrgico quase cinco horas depois.

— Ela está estável. — Meu corpo foi amparado por Dominic, um suspiro aliviado escapou por meus lábios. — Mas... — hesitou, e bastou isso para esse alívio momentâneo se desvanecer. — Sua amiga sobreviveu por um milagre. Durante a cirurgia, teve duas paradas cardíacas. Devido à  gravidade das facadas que recebeu na região pélvica, especificamente em seu útero, para conter a hemorragia foi necessário fazer uma histerectomia subtotal. Explicarei melhor no momento que a paciente estiver consciente, pois ela precisa saber com clareza a respeito. A caminho daqui foi-me informado que mãe dela infelizmente não sobreviveu a pancada que recebeu na cabeça. Após terem realizados os devidos testes, foi confirmada a morte cerebral. Como você é o único contato da Srta. Murray... Sinto muito.

Aprendendo a Amar (02) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora