Capítulo • 12

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Esse abraço é apertado e repleto de desespero; temo pela notícia que recebeu através daquela ligação

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Esse abraço é apertado e repleto de desespero; temo pela notícia que recebeu através daquela ligação. No momento em que saí do consultório e o encontrei com a cabeça encostada na parede, parecendo tão perdido, meu coração se apertou.

Antes que pudesse controlar meus passos, caminhei até ele, contudo, senti receio de estar invadindo seu espaço. Agora, compreendo que ter me aproximado foi a escolha certa, pois tudo que ele precisava era de um abraço.

— O que aconteceu? — reitero a pergunta novamente.

— Não quero contar uma história triste para você nesse momento.

Se você soubesse o quão triste é a minha história.

— Sou uma boa ouvinte — devolvo as mesmas palavras que me disse antes.

Nos afastamos, e para minha surpresa mesclada com o medo, sinto vontade de me jogar em seus braços mais uma vez.

— Vamos sentar? — Aponta para as cadeiras no final do corredor, nem as notei na primeira vez que passei por aqui.

Caminhamos em silêncio até elas, suas mãos estão ocultas em seus bolsos e os olhos fixos no chão, ele parece perdido em meio aos seus pensamentos. Nos sentamos, e aguardo pacientemente que inicie a conversa.

— Gabriel que ligou, ele é meu amigo e um dos Tenentes do Quartel. Quando estou ausente assume a equipe. — Cruza os braços ao se recostar contra a cadeira, seus olhos se fecham antes de continuar. — O que irei falar não é bonito, e simplesmente não sei como seguir em frente se não conseguir ajudar esse amigo que está passando por um momento difícil. — Sua respiração escapa de forma frustrada. — Há sete meses um dos meus companheiros de equipe perdeu a esposa em um acidente. Spencer, desde que entrou na equipe, o considero como se fosse um irmão. Após essa tragédia... — As palavras se desvanecem diante de sua dor, coloco uma mão no seu ombro e aperto, para mostrar que estou aqui o apoiando. — Ele está destruído, Angel. Está acabando com sua vida aos poucos e não consigo fazer nada.

— Como assim? — É uma pergunta boba, mas sinto algo a mais por trás de seu relato.

— Começou a usar cocaína. — Seus olhos se abrem e cravam-se nos meus, estão tão escuros quanto o mar revolto em plena tempestade. — O seu vício está ficando aparente, ele está definhando e tornando-se ainda mais refém dessa droga maldita. Ele tem uma filha, Angel. Maddie só tem quatro anos, mas nem imagina que está perdendo o pai também. Spencer não entra em contato com ela desde o funeral.

— Meu Deus — sussurro.

— Parece que esqueceu que tem uma filha. Ela está com seus avós maternos, sempre pergunta do pai, as desculpas que inventamos não estão adiantando. — Em algum momento nossas mãos se soltaram, e ele pressiona seus olhos. — Tem sido irresponsável no quartel, perdi a conta de quantas vezes o peguei usando a droga dentro do banheiro.

Aprendendo a Amar (02) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora