Capítulo • 3

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Acabo encostando meu corpo contra a parede do lado de fora do hospital

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Acabo encostando meu corpo contra a parede do lado de fora do hospital. Trago as mãos até o peito quando sinto o coração acelerado. Desta vez não é pelo medo, contudo, estou me sentindo assustada por causa do sentimento desconhecido que floresceu em meu peito no momento o qual aquele homem agiu de forma tão preocupada diante do meu estado.

Seus olhos azuis pareciam tempestuosos pela sua preocupação genuína; estava me sentindo tão confusa com a minha reação ante o homem desconhecido que saí correndo sem olhar para trás. Contudo, me arrependi alguns minutos depois quando meus olhos se escureceram por causa da tontura. Não deveria ter corrido daquela forma. Agora não sou apenas eu; há uma vida crescendo em meu ventre. Me senti conscientemente pequena perto daquele homem, e acabei reparando que ele deve ser um membro do Corpo de Bombeiros, por causa do símbolo na sua camisa.

Quando ele correu atrás de mim, o pânico quase tomou conta do meu corpo, na minha cabeça surgiram várias perguntas — todas relacionadas ao motivo dele estar tentando me alcançar. Contudo, esse medo se dissipou no momento que encontrei meus exames em sua mão. Um pouco mais calma, acabei reparando o quanto ele realmente é bonito. Não consigo compreender por qual motivo reparei isso, pois depois do que aconteceu, tenho sentido apenas nojo em estar perto de outros homens. Mas ao estar perto desse desconhecido, sinto-me segura.

Balanço a cabeça para espantar esses pensamentos confusos. Afasto-me da parede e caminho até o ponto de ônibus, ao passar pela porta do hospital não consigo evitar, mas meus olhos buscam mais um vislumbre. Não o encontro, deve ter vindo visitar algum parente ou amigo, até alguma esposa ou namorada.

A estranha fisgada em meu coração desperta certa confusão. Pensar nele comprometido não deveria causar essa reação, não é como se fosse vê-lo novamente. Meu foco de agora em diante envolve apenas pensar no meu bebê.

Sento-me no banco de mármore enquanto espero o ônibus. Os olhos percorrem o ambiente ao meu redor, a poucos metros tem parque. Algumas crianças correm animadas brincando do que parece ser pique pega, perto delas os pais parecem atentos para que nada aconteça com seus filhos. O amor surge em meu coração, coloco a mão na barriga e tento me imaginar no futuro observando meu filho ou filha brincando com outras crianças.

— Eu já amo você, meu bebê — murmuro. — Não importa como você foi concebido, mas de mim irá receber apenas amor.

Minutos depois o ônibus surge. Ao entrar encontro um lugar vago perto da janela. Deixo os olhos vagarem pelo trânsito movimentado de Washington. Quase meia hora depois, chego em casa, pois não irei à lanchonete. Consegui uma folga para fazer o exame. Marina não quis aceitar, mas seu marido conseguiu controlar o humor desagradável de sua mulher.

Ao abrir o portão enferrujado, encontro meus irmãos brincando perto da porta no momento o qual escutam o barulho do metal erguem a cabeça. O sorriso cujo aparece em seus lábios é algo lindo de se ver; eles correm na minha direção assim que tranco o portão.

Aprendendo a Amar (02) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora