Capítulo • 8

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Simplesmente é surreal tudo que Dominic está fazendo por nós

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Simplesmente é surreal tudo que Dominic está fazendo por nós. Em alguns momentos cheguei a cogitar que estava impondo sua presença perto de mim, mas logo descartei esse pensamento ao enxergar a verdade em seus olhos sobre oferecer o emprego para meu pai. Sinto-me cada vez mais intrigada com ele.

— Você está bem?

Ele pergunta baixinho enquanto se senta no espaço vago ao meu lado. O quarto no qual estamos parece mais algo pertencente a algum hotel do que um hospital; nessa cama caberia facilmente duas pessoas. Meus pais estão dormindo na grande poltrona que parece um sofá, estava oculta pela escuridão no momento que acordei horas atrás. Realmente esse hospital é particular, é incrível como poucas coisas fazem com que um sentimento de fragilidade rasteje pelas veias. Não consigo acreditar que não iriam me atender apenas por não possuirmos condição financeira de pagar por algo aqui dentro.

— Estou — respondo minutos depois. — Não deveria estar em casa?

— Nossa! — Coloca as mãos em seu peito. — Fui expulso na cara dura.

— Desculpa. — Abro um sorriso sem graça, minha pergunta foi um tanto rude.

— Nada. Sou dramático mesmo. — Bate seu ombro no meu.

— Sério? Não parece. — Desde que nos conhecemos, ele parece ser um homem sério e talvez um pouco engraçado, mas dramático não seria uma palavra que usaria para defini-lo.

— As aparências enganam.

— Com certeza. — Tento expulsar os pensamentos negativos para longe.

— Pensamentos felizes nesse momento, Angel.

— Sim, está certo.

— Se quiser conversar algum dia, sou um bom ouvinte.

— Lembrarei disso. — Sinto um aperto ao pensar que não vou mais vê-lo.

— Não vai lembrar. Serei esquecido como aqueles livros que começamos a ler, depois compramos outros e ele fica esquecido na estante. — Suspira dramaticamente, e agora compreendo sua afirmação anterior sobre drama. — A despedida é uma dor tão suave que te diria boa noite até o amanhecer.

— Não acredito! Acabou de citar uma parte de Romeu e Julieta? Presumo que estou ao lado de um amante da literatura. — Não perco a chance de provocá-lo, nem ao menos me surpreendo com as minhas palavras, desde que o conheci não estou me reconhecendo.

— Descobriu a minha fraqueza. — Se aproxima um pouco e sussurra: — Não conte para minha mãe que leio os livros dela escondido.

Aprendendo a Amar (02) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora