III

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Ten estava batendo os queixos, não sabendo o que fazer e como fazer. Ninguém passava na rua, pois só um louco ousaria sair da sua casa. Ten até se perguntou onde estariam os vizinhos bisbilhoteiros, pois talvez eles fossem a sua única salvação.

Por fim, tentou a sua última alternativa: se esticar mais ainda e tentar abrir a janela. Tentar, apenas. Caso fosse quebrá-la, cacos de vidro cairiam em seu rosto e corpo, então antes ele se jogasse logo dali.

Com um impulso, ele tirou um pé daquele alto-relevo grande e ergueu o corpo, ficando pendurado no parapeito. Seu cotovelo passou a apoiá-lo, mas logo tornou a dar outro impulso para se sentar no mármore. Contente com o avanço, Ten endireitou-se e descansou um pouco, enquanto tinha as pernas no ar. O espaço era pequeno, por isso era doloroso estar sentado ali, por conta daquela ponta de mármore no seu traseiro.

Ten girou o tronco do corpo e, com cuidado, agarrou o vidro da janela e empurrou-o para o lado. Felizmente, a janela deslizou e o menino quase caiu de alegria.

— Ah, senhor, muito obrigado! — sorria contente, e empurrou mais ainda a janela.

Ele pensou que estivesse trancada, mas ela estava apenas fechada. Ten se jogou para dentro do quarto e tentou tirar a neve da sua roupa. Com pressa, fechou a janela e jogou-se na cama de Taeyong, sentindo o seu cheiro e amaldiçoando-o ao mesmo tempo.

Quando enfim se aqueceu, Ten saiu do quarto e decidiu descer as escadas. Quando chegou à sala, não vira ninguém. Porém, olhando-a melhor, avistou Taeyong encolhido atrás do sofá e lendo alguma coisa.

— Por que não abriu a porta? — Ten perguntou, controlando a vontade de pegar o relógio de madeira que ficava muito acima da lareira e acertá-lo em Taeyong.

— Como você entrou? — Taeyong não tirou os olhos do que estava lendo, mas a sua voz saíra embargada para o seu tom.

Ten suspirou e aproximou-se do rapaz, para depois descobrir que o motivo da sua voz estar diferente é o fato de estar chorando.

— O que houve? — largou o orgulho de lado e ajoelhou-se ao lado do rapaz.

Taeyong recolheu a porção de cartas que tinha junto ao corpo e se levantou, indo sentar-se no sofá e evitando contato visual com Ten.

— Se for realmente me tratar assim, Taeyong, as coisas vão ficar complicadas entre nós — Ten o seguiu.

— Era melhor você nem ter vindo! — Taeyong reclamou.

— Puta merda, Taeyong! Eu escalei essa casa, quase morri e fiquei mais de meia hora pendurado naquela janela, só para entrar e você falar isso? — Ten o empurrou, com raiva — E que droga é essa que você tanto lê?

Anaconda Day — finalmente olhou para Ten, com as pálpebras inchadas do choro.

Ten relaxou os músculos e respirou fundo, depois pegou uma das cartas e leu. Pegou outra, leu. Pegou outras e outras e leu cada uma delas para, no final, soltar um palavrão e e olhar para Taeyong.

— Você está agindo como eles querem que você aja — disse, num tom sério e nada infantil com que costuma sempre falar. — Você está construindo o próprio caixão.

— Eu não ligo — Taeyong abaixou o olhar, dando de ombros.

— Taeyong, olha para mim! — Ten pousou a mão em sua coxa, e Taeyong enrijeceu o corpo. — Essas porcarias são úteis, sabia?

— Para eu me sentir mal? — sugeriu.

— Esses filhos da puta são maravilhosos! Sabe qual a utilidade dessas cartas? — Ten as pegou num único monte e se afastou do sofá — Para te aquecer no inverno, Taeyong! — e jogou-as ao fogo da lareira, alimentando-o.

Taeyong assistiu, depois soltou um suspiro.

— Desculpe — dissera verdadeiramente — De verdade, desculpe.

— Eu quase morri... — sussurrou Ten — Eu chorei te esperando. Me sinto muito mal agora e é por sua causa!

— Aish, desculpa! Eu pensei que você tinha ido embora! — Taeyong se levantou.

— TaeJack ficou idiota o bastante para esquecer-se de que eu não desisto facilmente? — Ten deu um passo para trás quando viu Taeyong se aproximar.

— Não gosto de vê-lo nessa postura madura, Ten — revelou Taeyong — Volte a ser o meu bebê, por favor?!

— Só se você prometer que não os deixará te afetar — Ten fez beicinho e cruzou os braços.

— Prometo. Agora, me conte o que aprontou, pois eu realmente estou preocupado — Taeyong segurou o seu braço e o guiou de volta para o sofá. Ambos sentaram.

— Quase morri por amor — revelou, com uma expressão tristonha — Você está ficando impossível!

Taeyong se inclinou na sua direção e o envolveu com os seus braços. Beijou-o no rosto e sussurrou em seu ouvido:

— Me desculpa, eu te amo.

Ten apenas retribuiu e concordou com a cabeça, logo começando a narrar o seu segundo mais perigoso feitio na vida — já que o primeiro fora a tolice de pular num lado congelado, semanas atrás. Taeyong se sentiu realmente culpado, tentando de tudo para anima-lo e se redimir. No fim, concordou em ser escravo de Ten até que este ache que já está de bom tamanho o seu trabalho.

Sua primeira atividade como escravo fora arranjar comida para Ten.


✖️NOTAS✖️

Espero que estejam gostando da fic aaaaa

Na verdade, só vim pedir para darem view no hino que é Go
(O refrão não sai da minha cabeça aaaaaaaaaaaaaa)

Jisung is the new WinWin

OBRIGADA POR TER LIDO
ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO, SIM?
Bye ❤️❤️❤️❤️

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