XXXVII

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Quatro pares de olhos encaravam um ao outro como se esperando que algo fosse expresso. Dois pares de corpos estavam sentados à mesa, mas nenhum dos quatro pares de mãos tocava a comida ali posta. O silêncio rodopiava a sala de jantar, trazendo incômodo àquela situação tensa e sorrateiramente caótica. Ten desviou o olhar do sogro e desceu-o para o arroz. Decidiu ele mesmo terminar com aquilo e se servir, logo fazendo o mesmo com a tigela de Taeyong e o entregando o hashi.

— Taeyong, eu... — o pai chamou atenção do menino, que tinha os olhos na tigela cheia que Chittaphon fizera o favor de torná-la — Taeyong, isso é realmente sério? Não há nenhuma chance de você gostar de garotas?

— Eu não gosto de meninas — pelo canto do olho, Taeyong viu Ten comer silenciosamente enquanto mexia no celular. Ele sabia que Ten não iria abrir a boca para falar nada, por isso, mesmo sabendo ser falta de educação, preferiu distrair-se com o aparelho — Eu não sei o porquê de tanto caso, francamente! Eu estou namorando Ten e mamãe já sabe disso há tempos!

— Como é que é? — Sr. Lee virou-se para a mulher ao lado.

— Vou beber água — ela se levantou rapidamente e enfiou-se na cozinha, fugindo da situação.

— E você não vai falar nada? — o pai de Taeyong referiu-se a Ten, repudiando o fato de estar comendo e ao mesmo tempo trocando mensagens.

— Minha mãe falou que não se deve discutir com ignorantes que não reconhecem a própria ignorância e não pretendem abrir mão dela somente para manter orgulho e ego — Chittaphon nem ao menos se deu ao trabalho de tirar os olhos da tela.

— Ten! — Taeyong censurou-o com uma sacudida irritante. O tailandês levantou o olhar e fitou-o.

— Que é? Eu não gosto de perder tempo e argumentos com essas coisas, Taeyong. É que eu acho tudo tão desnecessário...

— Mas foi você quem causou! Se não fosse por você, não estaríamos nessa situação! — as palavras de TaeJack tiraram Chittaphon do sério.

— Ótimo! — Ten levantou-se da cadeira e pegou a sua mochila — Se o problema sou eu, eu não vou estar aqui para piorar a situação! — voltou para a mesa somente para pegar a tigela e o hashi e então foi saindo da casa.

— Cacete! — Taeyong deixou a mesa e correu atrás do tailandês, o qual já estava prestes a atravessar a rua, caminhando na direção do ponto de ônibus — Ei, Ten! O que você está fazendo?

— Indo embora! — gritou de volta — Não era isso o que queria?

— E por que está levando a comida?

— Estou com fome, não está na cara? — Chittaphon se afastou da proximidade do coreano. — Depois te devolvo.

— Vai esfriar aqui fora — Taeyong agarrou-o pelo braço e puxou-o para dentro da casa.

— Taeyong, se você continuar, eu vou gritar — irritado, o moreno empurrou a tigela para o Lee e virou-se para sair.

— Hyungs! Hyungs! Hyungs! — de longe vinha uma criaturinha alegre e saltitante. Agora usava menos casacos, embora a mesma bota. Seus cabelinhos estavam ao vento e ele corria feito um atleta — Hyungs, como vocês estão? Woah, é a comida da Tia Lee?

— É, você pode ficar — Ten tirou-a da mão de Taeyong e entregou-a para o pequeno Jisung.

— Obrigado, Ten hyung! — sorriu alegre, sendo rápido para abocanhar as primeiras porções — Ui, 'tá quente!

— É verdade, está muito quente — Ten bagunçou o cabelo dele e assistiu-o comer.

— Sungie, eu e seu outro hyung estamos ocupados agora. Quando terminar, você leva lá pra dentro? — Taeyong segurou a mão do namorado e delicadamente puxou-o para perto.

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