XLV

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— Feche os olhos — Taeyong pediu, com uma voz rouca e fraca próxima demais da orelha de Ten.

— Você está cobrindo os meus olhos, então não dá para eu enxergar nem com os olhos abertos — a forma rude com que Chittaphon falava aquelas palavras e logo após sorria era algo sensacional para o pobre coração do Lee.

— Você confia em mim? — quis saber, pois estava prestes a soltá-lo e não queria que Chittaphon ficasse histérico e abrisse os olhos antes da hora.

— Sim, sim — Ten estava nervoso e ansioso para saber que raios Taeyong estava aprontando, por isso tinha que ser breve até nas próprias palavras.

Taeyong notou a sua agonia e recolheu as mãos do rosto dele, então assim deu alguns passos para trás. Afastou a esmo o cabelo do rosto e enxugou as mãos na calça jeans escura que vestia.

— Nhaw! Eu quero veeer!! — Ten gritava, sacudindo-se e batendo o pé freneticamente no chão.

E, vendo-o daquela maneira tão fofo, Taeyong quis abraçá-lo e morder a sua bochecha no mesmo instante. Ainda mais porque seu rostinho na tênue iluminação das velas e a roupinha rosa estavam as coisas mais encantadoras que ele tinha visto. Provavelmente estivesse cansado por ter dançado a tarde inteira, já que os encontros do grupo eram sempre no período oposto às aulas. Mas Ten não demonstrava cansaço, porque quando estava com Taeyong, tudo aquilo dissipava-se de uma maneira sobrenatural.

— Pode abrir os olhinhos, bebê — Taeyong deu o sinal verde.

A primeira coisa que Chittaphon viu ao abrir os olhos foi seu namorado sorrindo para ele, com um nacked cake de frutas vermelhas em mãos sob uma vela acesa chamando para ser apagada com um sopro. Eles estavam no lago, porém era noite e as velas postas por TaeJack transformava o ambiente no lugar mais romântico que estivera. A lua branca estava no céu e na água, sendo ela a testemunha do que fosse acontecer ali.

Atrás de Taeyong estava uma toalha de piquenique repleta de vasilhas e garrafas, além das próprias velas, um par de hashi e dois copos. Nesse exato momento, Ten deu-se conta de que Taeyong tinha feito aquele suspense todo somente porque tinha planejado tanto e não poderia jogar no lixo contando diretamente o que estava a fazer. Mas, também, não tinha como acreditar numa tosse desastrosa como aquela.

— Feliz aniversário! — com a ponta do dedo, o Lee tirou um pouco de chantilly do bolo e depositou-o no narizinho do tailandês.

Ten não tinha a mínima ideia de como reagir. Seu coração estava a mil e ele queria falar tanta coisa que, no final, nenhuma delas saía.

— Mas é só amanhã... — seu tom era baixo, mas somente porque não tinha certeza se era isso mesmo o que queria dizer.

— Eu quero te roubar por essa noite, Ten. Se fosse amanhã, eu realmente não poderia. Você deve ficar com sua família nesse dia — Taeyong aproximou-se mais dele.

— O que... eu devo fazer? — o moreno passou a fazer círculos nos próprios nós dos dedos e piscou inúmeras vezes para certificar-se de que era real.

— Faça um pedido! — Taeyong estendeu o bolo e, do outro lado da chama quente, Ten pôde ver o sorriso mais lindo de todo mundo.

Ten fechou os olhos outra vez e desejou que nunca em sua vida esquecesse daquele momento e de todos que passou com Lee Taeyong. Em seguida, assoprou.

— Woah! Aposto que foi comida! — Taeyong riu e deixou um beijo rápido nos lábios do menino — Talvez uma torta, ou o kimchi da minha mãe...

— Eu não posso contar, Taeyong, senão não vai se realizar — Ten saiu do seu transe de outrora e revirou os olhos.

— Senta aqui comigo — Taeyong sentou-se sobre a toalha do piquenique e esperou Leechaiyapornkul fazer o mesmo.

Ten abraçou as pernas de vergonha quando sentou bem do ladinho do namorado. Ficou a observar o lago escuro, somente iluminado pela lua, enquanto Taeyong cortava o bolo e colocava numa fatia num guardanapo. Na verdade, Taeyong estava cuspindo palavrões internos por ter esquecido o prato, outro hashi e algumas tigelas para comerem. Mesmo assim, não havia problema comer no guardanapo, certo? Era o que ele esperava.

— Desculpa, eu esqueci pequenos detalhes — foi se explicando quando entregou a fatia de Ten. — Para quem você vai dar o primeiro pedaço do bolo?

Ten olhou-o afrontosamente, com aquele sorriso cheio de ego esperando que seu nome fosse a resposta. Até porque, se Ten já tinha a sua parte, não havia mais ninguém ali para ganhar senão o próprio Lee coreano.

— Tem uma árvore aqui perto, vou dar para a Mãe Natureza — Ten se levantou, mas Taeyong segurou a sua calça e puxou-o para sentar outra vez.

— Ah, mas você não tem nem uma consideração, né? — Taeyong fingiu estar chateado e mordeu o próprio pedaço — Sem coração!

— Claro, se foi você quem roubou! — Ten separou as frutinhas do seu bolo, abominando-as.

— Ai, que vergonha! — Taeyong riu da piada vergonhosa alheia. Ele amava aquelas porcarias que Chittaphon falava.

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