XLII

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A vermelhidão já estava diminuindo quando a porta do banheiro foi aberta e, através do espelho, Ten viu um menino parado na entrada fitando os dois como se estivessem fazendo a coisa mais errada do mundo. Ten ignorou-o por alguns longos segundos, mas como o garoto não deu sinal de entrar nem sair, teve de falar alguma coisa.

— Nunca viu, não? — o seu tom rude chamou a atenção dele.

— Eu nunca assisti pornô gay — o moleque deu de ombros.

— Então vai tomar no cu! — Ten deu apenas alguns passos pesados na sua direção para fazê-lo correr. Decidiu que trancaria aquela droga de banheiro, mas tudo foi por água abaixo quando deu-se conta de que a chave não estava ali. — Que caceta!

— Está tudo bem — Taeyong suspirou e gesticulou para que se aproximasse — Obrigado por me ajudar.

— Mas falta só mais um tempinho... — pegou mais papel e molhou-o, logo encostando-o na pelo do outro

Taeyong apoiou-se no balcão da pia e deixou deixou o rostinho cair no próprio ombro. Ten ficou a olhar seu pescoço alvo, o pomo-de-adão, o peitoral, a barriga e parou na virilha em que estava a pressionar um papel-toalha molhado e deixar a água escorregar para dentro da cueca branca do maior. Seus dedos já estavam enrugados pelo contato contínuo com a água, mas ele realmente não se importava com aquilo.

— Está bom, estou melhor — Taeyong afastou a mão de Ten e o papel-toalha — Pode, por favor, pegar um papel seco? Escorreu água aqui dentro...

— Sim, sim — Ten afastou-se e pegou o que foi pedido. Quando entregou-o, virou-se para trocar de roupa e deixar Taeyong enxugar-se com a própria privacidade.

Quando viu que o menino terminou de secar-se, fez o favor de dá-lo a calça jeans e a camisa para que vestisse. Prontos, os dois deixaram o banheiro e deram conta de que tinha meia dúzia de meninos grudados à porta tentando escutar o que estava acontecendo ali dentro. Entre os meninos, o que entrou no banheiro antes estava ali inserido.

— Você escutou alguma coisa, meu anjo? — Chittaphon perguntou, com um sorriso falso — Acho que não, né? Se eu soubesse que estavam aqui, eu faria o meu melhor para que não saíssem decepcionados.

— Argh! Que nojo! — o menino dramatizou um vômito.

— Não era isso o que vocês queriam? — Chittaphon cruzou os braços — Vocês não deveriam, sei lá, estar brincando de pula-corda ou, não sei, dando o cu por aí?

— Vou falar com minha professora que você me xingou — o garoto lhe deu língua e Ten riu disso.

— Xingo você e xingo ela! — o tailandês fingiu que iria bater nele.

— Você é um grosso! — o garoto cuspiu.

— Que ironia estarmos no banheiro e eu cagar pra você — torceu o nariz — Me economiza, bebê!

— Vou contar pro diretor que você estava tocando num menino dentro do banheiro — aquele garoto estava tirando Ten do sério com aquele sorriso demoníaco.

— Então deixa eu tocar em você também! — Ten avançou sobre o garoto e deu uma mãozada na sua cara cínica, fazendo-o cambalear para o lado e tocar na face vermelha acertada.

Taeyong não foi rápido o bastante para impedir Chittaphon, mas pelo menos pôde puxá-lo para longe dali e deixar a quadra no meio do tempo feminino do jogo. Ten bufava sobre o quão o garoto era insuportável e careta, enquanto Taeyong comprava alguma porcaria na cantina para dá-lo e fazê-lo se acalmar.

— Filho da puta homofóbico! Aposto que é viado encubado... — reclamava sem parar, com os punhos cerrados e os olhos deslizando pela entrada da quadra.

— Vira a boquinha — Taeyong enfiou o canudo no leite fermentado e aproximou-o dos lábios do namorado — Bebe tudinho.

Ten ficou quieto a partir dali. TaeJack sorriu feliz, pois sabia muito bem que qualquer problema que Ten arranjasse poderia ser resolvido facilmente com comida, carinho e atenção.

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