LXI

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Taeyong portava uma expressão séria quando deixara aquela sala apertada. Respirou fundo algumas vezes antes de resolver comprar um pouco de sorvete, sabendo que Chittaphon estaria seguindo-o pacientemente. Sentou-se, mordeu os lábios gelados e ficou a olhar para a placa de promoção de uma loja de calçados.

— Yongie, eles só nos deram um sermão de leve, não foi nada — Ten resolveu reconfortá-lo, afagando-lhe as costas.

— Diga isso por você — encolheu os ombros, lembrando-se das palavras nada delicadas daqueles homens sobre como portar-se em público, como se fossem os maiores irresponsáveis do mundo.

— Eu sei que você é certinho e nunca quebra as regras. Mas somos adolescentes e nossa principal característica é fazer merda — Chittaphon orgulhava-se de ter uma explicação comum acerca daquilo — E a gente não estava fazendo nada.

— Eu não saio por aí fazendo merda e dizendo que eu faço isso porque sou adolescente — Taeyong revirou os olhos e lambeu o sorvete — Você é um mal caminho.

— Está me chamando de "pedacinho de mal caminho"? — sorriu, interpretando aquilo como um elogio.

— De jeito nenhum. Eu disse que você é o mal caminho inteiro. Você me faz fazer coisas que, conscientemente, eu nunca faria.

— Pode citar, por favor?

Taeyong pôs na boca metade do seu sorvete. Ten acompanhou esse ato, invejando o alimento.

— Um quase sexo usando chantilly — ia erguendo os dedos, listando — Quase sexo num provador, brincadeirinha de médico no dia da sua apresentação, te agarrar no elevador, te agarrar num carro para sorteio e aposto que tem muito mais, só que não me recordo agora.

— Ué, eu ainda estou procurando o absurdo nisso tudo — a mão do tailandês caiu sobre o joelho do Lee coreano — Se você não fizesse tanto cu doce, acho que seríamos mais aventureiros.

— Você endoidou? Só o fato de andarmos de mãos dadas pra lá e pra cá, já chama atenção. Imagina se ficarmos trocando beijo por todo canto? — Taeyong afastou a mão de Ten.

— E daí? Casal hétero vive se beijando, ninguém fala nada — fez uma careta — Se você não parar com essa viadagem public panic, eu vou começar a te evitar.

— Me evitar?

— Você se esquiva toda vez que vou te dar carinho, beijar sua bochecha ou essa sua boquinha linda. E às vezes até desvia o olhar quando o otário aqui sorri todo apaixonado pra você — Ten cruzou as pernas e preferiu não olhar para Taeyong.

O coreano pregou os olhos nele, atento.

— Eu não sou panicked.

— Isso é o que você diz.

Taeyong segurou a sua mão e puxou-a para beijá-la inúmeras vezes.

— Eu te amo, ta bom? — acariciou a sua nuca, pois sabia que o outro derretia com aquilo.

— Hm. Certo. Vamos — Chittaphon levantou-se e começou a caminhar para a saída. 

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