XLI

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Taeyong era muito ruim no basquete, então era de se surpreender o porquê de nunca participar da aula. Nos cinco minutos iniciais do jogo não havia sequer sentido a textura daquela bola, o que era um tanto chato. Ten não era ruim, pois sabia roubar a bola como ninguém e enganar os adversários. Ao perceber que Taeyong parecia uma estátua naquela quadra, começou a passar a bola para ele.

— Hey, Tae! — um Ten suado aproximou-se e empurrou-o para perto da cesta onde deveriam marcar pontos — Você consegue fazer cestas? Espero que sim! — e então deixou-o ali.

— Yo yo, otário! — Mark desviou de um adversário e passou a bola para Ten.

— Tae Tae! — quicou a bola três vezes e passou-a para Taeyong.

Com mãos firmes, o Lee agarrou-a e mirou-a no quadrado demarcado na tabela da cesta e jogou-a. Por incrível que pareça, a bola realmente entrou na cesta e o time festejou com alegria. Taeyong até podia ser ruim no basquete, mas ele era muito bom em jogar a bola no aro.

— Você foi muito bem, bebê! — Ten sacudiu-o pelo ombro e saiu correndo pela quadra.

Taeyong ficou feliz com o elogio e continuou acertando as cestas quando para ele era passada a bola. Cansava-se fácil por não ser acostumado com aquilo, tudo isso devido ao seu amado sedentarismo. Na verdade, não foi por falta de avisos para si mesmo. Sempre marcava de correr, de fazer ioga ou apenas caminhar pela vizinhança. Entretanto, seu quarto continuava sendo o seu lugar favorito em toda a face da Terra.

— Tae Tae! — era Ten quem chamava-o para alertar a bola que Mark passava ao único do time com o cabelo branquinho como neve.

A bola estava tão alta que Taeyong precisou pular para conseguir pegá-la. Foi assustador o modo o qual o casaco deslizou pela sua perna e encontrou o chão. E, se assim não bastasse, ele ainda deixou a bola passar direto.

— Droga! — resmungou ao abaixar-se para pegar o casaco. No meio do caminho, um som de rasgo foi escutado por quem estava perto e Taeyong sentiu o elástico do short praticamente perfurar a sua pele de tão apertado que estava. Em compensação, um pouco abaixo um espaço apareceu do nada e então ele percebeu que aquela porcaria tinha acabado de rasgar.

— Você não vai pegar a bola! Não vai! — Ten fingiu que Taeyong era do outro time e abraçou-o por trás para esconder o furo formado. Chocou-se tão forte com o menino que quase caíram um pouco mais longe, mas era somente por conta da força causada pela inércia. — Taeyong, cadê o casaco?

— Eu sei lá, ele... — Lee procurou por todo os cantos, e enfim viu um dos jogadores escorregando na roupa e caindo.

— Leva isso pra arquibancada! — gritou ele para um dos amigos, que simplesmente jogou o casaco para bem longe, na arquibancada.

— Ten, o que você está fazendo aí? — o professor perguntou ao vê-lo, literalmente, grudado em Taeyong.

— Ah, é que estou marcando Taeyong — sorriu para disfarçar.

— Mas Taeyong é do seu time!

— É verdade, nós jogamos no mesmo time! Hehe... — Ten ia empurrando o coreano na direção do vestiário.

O professor passou a ignorar os dois, o que deu uma bela chance para que os meninos entrassem correndo no vestiário e Taeyong se livrasse daquelas roupas. Ten fechou a porta e carregou-o para fazê-lo sentar-se no mármore que circundava a pia. Taeyong ainda não havia tirado todo o short, então Ten ajudou-o nisso.

— Aish, essa roupa é de que século, Taeyong? Você tinha quantos anos? Doze? Dez? — Ten ia reclamando ao molhar algumas folhas de papel-toalha e refrescar o rostinho do Lee.

— Não reclama comigo! — pediu, feito uma criança. — Espera, tem algo ardendo...

— O quê? — Ten afastou o papel-toalha do seu rosto.

— Aqui... — ele afastou minimamente a parte superior da cueca e revelou um traço vermelho ao redor do seu quadril — Foi a droga daquele short que ferrou minha corrente sanguínea!

— Está muito vermelho! — pegou mais uma porção de folhas e enfiou-as debaixo d'água fria — Acho que isso vai melhorar, Taeyong.

Tae concordou com a cabeça e não evitou suspirar de alívio ao sentir a frieza da água rolar pela sua pele. Ten pressionou o papel sobre a vermelhidão da marca e checou se Taeyong estava relaxado. Seu rostinho estava vermelho de vergonha pela situação, mas Chittaphon pôde reconfortá-lo com um sorriso sem mostrar os dentinhos.

— A sensação de aperto foi embora? Ainda arde? — quis saber, olhando-o atentamente e indo molhar outra vez o papel.

— Ainda arde — Taeyong passou o dedo na marquinha e se arrepiou quando sentiu o frio da água outra vez.

— Vai melhorar em breve, é só questão de tempo — pressionou um pouco mais e trocou de localização — Quer que eu estimule o sangue a circular? — passou a massajar a região.

— Não faça movimento nenhum nessa área, pelo amor — Taeyong implorou e segurou seu pulso.

— Ah, sim... É mesmo — Ten não pôde segurar o risinho divertido ao perceber do que Taeyong estava se referindo. 

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