LXV

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Quando Ten olhou para o rosto do namorado e viu que, assustado, Taeyong acabaria por largar o menino no chão, correu para socorrer a criança. Só não sabia qual.

— Gente, que absurdo — ele caiu na gargalhada, puxando Jaezinho de Tae e empurrando-o para Tern.

— Eu não posso ficar com Jaezinho — a mais nova ali recuou do garoto todo melado, e meteu o pé para o andar de baixo.

— Esse dragão desgraçado largou esse moleque aqui e ainda deu no pé. Sério, eu um dia mato essa garota! — Ten reclamou, deixando o guri no chão e pensando em como iria tentar acalmar Taeyong, que estava segurando a porta com tanta força que o tailandês pensou que iria amassá-la.

— Tira esse menino da minha frente, Ten — Taeyong pediu, tentando respirar fundo. Olhou para a própria camisa, a coisa nojenta escorrendo pelo tecido. Ele sentia que iria surtar. — Olha o que ele fez!

— Jaezinho, pede desculpas! — Ten pediu, segurando a mão do menino. Ele estava apresentando dificuldades em se manter de pé.

— Eu não quero desculpas — Taeyong fechou a cara e entrou no quarto, seguindo para o banheiro.

— Mas ele é só uma criança, Taeyong — Ten ia explicando, levando o menino para dentro e enfim notando um cheiro esquisito vindo da criança. — Tern jogou o menino pra cima da gente porque ele ta todo cagado. Literalmente.

De dentro do banheiro, Taeyong tentava tirar a camisa sem encostar no vômito nojento. Se não bastasse seu cabelo vermelho, ainda teria de lidar com aquilo também. Respirou fundo ao tirar a camisa e jogou-a no cesto de roupas sujas. Voltou ao quarto sem camisa, encontrando Ten cheirando a bunda do menino.

— Que merda você está fazendo? — quis saber, ao abrir o guarda-roupa arrumadinho do namorado. Estava feliz por perceber que ele estava cuidando da organização que fizeram na primeira vez que fora até a casa dele.

— Estou tentando checar a situação do menino. Vamos achar a mãe dele e se livrar dessa porcaria toda que esse menino está fazendo — Ten enrugou o nariz, deixando o menino em cima da sua cama.

TaeJack não estava conseguindo lidar muito bem com o aumento gradativo da temperatura máxima. Deixava-o afobado, então seria melhor escolher uma camisa de mangas curtas. Escolheu uma que pouco via Ten usar e vestiu-a. Em seguida, carregou o menino com raiva e puxou Chittaphon para juntos se livrarem daquilo.

No andar de baixo, passaram a fugir dos cumprimentos dos convidados e intensificar a busca pela mãe de Jaezinho. Ten disse que ela era baixinha e tinha cabelo curto. Taeyong via várias baixinhas de cabelos curtos.

— Mamãe, querida flor, sabe onde está a mãe do Jaezinho? — perguntou Ten, aproximando-se da rodinha de conversa dos seus tios, avôs e pais.

— Ah, ela teve de resolver algo, mas depois volta — Pimporn respondeu com um sorriso no rosto, olhando para a fofura nos braços do coreano.

— Mas eu não vou poder cuidar dele — Ten reclamou, fazendo beicinho.

— Fique por um tempo, ok? Daqui a pouco eu pego ele — a mulher respondeu, virando-se para entregá-los a bolsa de bebê do menino. — Ela deixou isso, caso ele precise de cuidados.

— Ah, está precisando de muitos... — Tae sorriu falsamente, balançando o menino para acalmá-lo da agitação diante de todo aquele barulho.

— Ah, fazer o quê — Chittaphon pegou a bolsa e fez uma expressão de lamentação, no entanto não dera muito certo. O que era um tanto chato, pois ele realmente queria se livrar de responsabilidades naquele dia.

Estavam prestes a se afastar e pensar num plano de como iriam limpar o bebê quando alguma tia do tailandês perguntou sobre as marcas no pescoço do "amiguinho esquisito" do sobrinho, com um coreano fajuto e indecifrável.

— Que marcas? — Ten arregalou os olhos e virou-se para analisar Taeyong. Então, internamente, xingou até em árabe por não ter visto antes e impedido Taeyong de vestir aquela camisa que deixava à mostra seu pescoço. — Ah, foi uns mosquitos.

— Mosquito? Desse tamanho? Tem certeza? — a mulher passou a interrogá-lo, o que chamou a atenção de todos na rodinha para o rapaz de fios estranhamente pintados de vermelho.

— Ele tem alergia, né, Taeyong? — deu uma cotovelada no namorado, que sorriu feito um robô para disfarçar a tensão que virou seu corpo.

— É, eu coço sempre — segurou Jaezinho com uma mão, enquanto a outra esfregava as unhas no pescoço com algumas marcas roxas.

— E eu sempre falo: garoto, se você continuar coçando, vai ficar todo marcado. Mas ele nunca me escuta, né, Taeyong?

— Exatamente, eu nunca escuto ele — Lee mordeu o lábio e deu um passo para trás, já querendo sair dali.

— Tchau, titia. A cor do seu cabelo está incrível! — Chittaphon sorriu para a tia intrometida e empurrou Taeyong para longe dali.

— A gente não enganou ninguém, você está ciente disso, né? — TaeJack sussurrou, com seus longos passos para o andar de cima.

— Só finge que sim, Taeyong. Só finge — Ten pôs a mão na têmpora e abriu a porta do quarto gentilmente para que o outro passasse. — Me dá o Jaezinho.

Taeyong empurrou o menino para os braços de Ten e caiu na cama, enfiando a cara no travesseiro com o cheiro mais gostoso que ele já sentira: o cheirinho doce e delicado do seu namorado. 

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