XX

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Chittaphon xingou com desprezo aquela atividade tediosa. De um modo geral, não era intenção sua estar dobrando roupa com o seu namorado ao invés de estarem, talvez, aos amassos. Entretanto, Taeyong amava um ambiente limpo e organizado, então ele apenas estava ajudando o seu ursinho a criar uma rotina de limpeza no seu quarto. Ele não se importava, não mesmo, em ter de dobrar cada peça de Ten, pois aquilo estava mais para terapia do que castigo. Isso, realmente, era o oposto do que Chittaphon pensava.

— Vamos descer... — choramingava Ten, esperneando sobre as roupas as quais ainda não haviam dobrado. Faltava poucas.

— Quê? Você me chamou aqui e de repente quer descer? Se decida, por favor — Taeyong continuou a dobrar, ignorando o drama do outro.

— Taeyong, não te falaram que é falta de educação arrumar a bagunça dos outros quando se é visita? Meus pais não podem nem sonhar com isso... — o tailandês tentou puxá-lo, no entanto era inútil.

— Estamos trocando favores — deu de ombros.

Ten já desistira de tentar tirá-lo do lugar e estava apenas com os braços cruzados esperando que o Lee desistisse daquela péssima ideia. Se TaeJack gostava de ambientes organizados, não deveria ser ele a arrumar. Por isso, apenas tentou entender que raios era aquele lance de "troca", visto que Tae não tinha dito nada sobre o assunto.

— Favores? — a confusão rodeava a sua cabeça.

— Sim, claro — suspirou pacientemente — Eu ainda vou pensar sobre o assunto, sabe? Se o seu computador for rápido, talvez possamos jogar alguma coisa juntos — e sorriu.

O coração de Ten derreteu-se por completo, substituindo a vontade de arrancar aquelas roupas das mãos de Taeyong por: "Ah, pode limpar tudo, meu jovem, meu jardim, meu sol, minha lua, meu inverno inteiro, minha nevinha branquinha, geladinha e gostosinha. Quer o quarto? Te dou! Dou tudo o que você quiser, minha avalanchezinha maravilhosa, meu Olafinho de abraços geladinhos que gosta dos meus quentinhos, minha Elsa mais linda que a original, meu Frozi, meu Lerigô, nenénzinho que o frio não incomoda mais. Eita, Deus! Pode ficar com tudo que eu tenho, minha geadazinha, minha coxinha de frango com catupiri, meu estrogonofe com batata palha, o caldo de cana do meu pastel, vatapá do meu acarajé. Só não te dou o mundo porque ele não merece você, meu Jack Frost, porque só eu posso pegar no seu cajado, mais ninguém. Pode, pode arrumar tudo. Posso até sair se você quiser, meu Frostinho"

— Tudo bem — foi a única coisa que saiu dos seus lábios — O que você quiser...

Agora, Ten ajudou-o de bom grado com a tarefa. Acostumado, Taeyong conseguiu dobrar grande parte rapidamente e, juntamente com o tailandês, os dois guardaram tudo no guarda-roupa. Como tudo já estava mais organizado, Chittaphon decidiu cumprir a sua parte no acordo e ligar o seu computador. Embora não fosse muito rápido, ele sabia que eles poderiam se divertir bastante com alguns joguinhos na internet. Além do mais, faria bem à ele tudo aquilo.

— Gente do céu... — Taeyong falou baixinho ao, secretamente, acessar o histórico de pesquisa de Chittaphon enquanto este estava no banheiro. Os acessados iam de jogos online para meninas até sites impróprios para menores.

Pigarreou com a volta do Leechaiyapornkul e tentou ver se conseguia baixar um dos jogos que tanto jogava na sua casa. Porém, é claro, lembrou-se de que Ten sempre mostrou-se impaciente e de tendência gritante em tediar-se por jogos de tiros ou algum RPG do momento. De tanto que pensou nisso, no final deu-se conta de que estava jogando Fireboy & Watergirl com o seu namorado em pleno século XXI.

— Puta merda, Taeyong, não é possível que você ainda não compreendeu que a Wategorl não pode entrar na aguinha de fogo! — Ten estava irritado, pois Taeyong toda hora morria e estava sendo uma batalha passar de fase.

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