• Sixty Two

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Cameron Dallas

Quem era o doido que me deixou entrar em um carro com a Julia dirigindo?

Essa garota era completamente pirada e não tinha nenhum senso de direção. Ela sem dúvidas iria assassinar nós dois.

— Você pode, por favor, acelerar menos? — pedi, implorei, tanto faz. Eu só queria que ela parasse aquele carro.

— Estou dentro do limite de velocidade. — respondeu ela dando de ombros e sorrindo. — Vamos ligar o rádio. — disse ela, animada, levando a mão até o rádio e passando todas as estações até que achasse uma que ela gostava.

Enquanto ela tinha uma mão no volante e outra no rádio, o carro saiu da pista por um segundo e rapidamente ela colocou as duas mãos no volante e levou o carro de volta para a pista novamente. Eu estava com os olhos arregalados e boquiaberto, com um medo do caralho. Por que eu havia deixado essa louca dirigir mesmo?

— Julia! Pelo amor de Deus! Para esse carro! — gritei, quase me cagando todo.

— Só vacilei um pouquinho. Não foi nada demais, Cameron. — disse ela, com aquela voz mansa. — Olha a gente tava falando nele mais cedo e agora está tocando. — ela sorriu animada levantando o volume do som e começando a mexer os ombros. — If I was your boyfriend, I'd never let you go...

— Aí Jesus! — gritei me segurando banco ao ver o momento em que ela acabou batendo na traseira de uma Ranger que estava estacionada.

Se arrependimento matasse, sem dúvidas eu era um homem mortinho agora nesse mesmo momento.

— Oops. — ela olhou para mim dando um sorriso nervoso, e eu queria voar no pescoço. E voaria se ela não fosse uma garota.

— Eu vou te matar, Wright. — resmunguei, completamente irritado assim que os airbags abaixaram.

Julia tirou o cinto de segurança e abriu a porta do carro, e eu fiz o mesmo, querendo chorar ao ver o estrago que tinha feito no meu capô. Eu queria chorar.

— Foi só um arranhãozinho.

— Arranhãozinho? — gritei indignado. — Você acabou com a frente do meu carro, Julia.

Ouvimos o barulho do para-choque caindo, e fumaça começou a sair do motor do carro. E eu ficava cada vez mais nervoso ainda.

— A culpa foi sua. Ninguém mandou deixar eu dirigir. Nem carteira eu tirei até hoje.

— Eu vou te matar.

— Eu vou no Starbucks te comprar um café. — ela deu um sorrisinho e antes de se virar disse novamente. — Você está precisando de cafeína, deve ser o motivo de tanto estresse.

Se alguém encontrasse o corpo da Julia em partes em um beco no subúrbio depois, não adianta vir me julgar. Ela bem que merece mesmo.

— Caramba, o que aconteceu com o meu carro? — o cara do carro apareceu colocando a mão sobre a cabeça e olhando para a parte de trás ferrada da Ranger.

— Não fui eu, cara. Foi a maluca da minha amiga. — disse, tentando me livrar dessa mesmo sabendo que seria difícil.

— Cameron?

— Shawn? — fiz uma careta ao reconhecê-lo, ele parecia diferente com aquele boné e aqueles óculos escuros.

— Foi você que bateu no meu carro? Não acredito.

— Não fui eu não. Foi a Julia. — apontei para a garota que estava vindo na nossa direção.

— Oh, Deus! — ele colocou a mão sobre a boca, parecendo estar nervoso.

Broken || MagconOnde histórias criam vida. Descubra agora