• Nine

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Taylor Caniff

Vamos falar a verdade, eu já tinha pedido a noção de quantas doses eu tinha tomado. Estava vendo tudo girar e não fazia ideia de onde eu estava. As últimas coisas que eu me lembrava era da briga entre Blash e entre Kaaron, e do Nate com uma amiga minha, Grace, a louca das ervas e do cabelo azul. Eu nem imaginava que os dois iriam dar um casal maneiro antes de apresentá-la na festa ontem à noite. Tudo bem que eles passaram a maior parte do tempo brigando por causa das ervas, e depois estavam se agarrando em um canto e fumando juntos.

Esse pessoal é tudo louco. Eu sou a única pessoa normal que existe no meio de todos os meus amigos. Às vezes eu me pego pensando em como eu fui me meter no meio desse monte de gente que parece ter escapado do manicômio.

Então, quando eu acordei jogado em um quarto de hóspedes na casa do Cameron eu não fazia a mínima ideia de como eu havia chegado até lá. E não achei estranho o fato da Lexi está jogada ao meu lado. Só que a mesma já estava acordada e mexia no celular.

— Acordou a margarida! — ela resmungou jogando o celular de qualquer jeito em cima da cama. — Precisamos conversar.

— Tem que ser agora? — questionei sentindo um pontada de dor na minha cabeça.

— Sim. Tem que ser agora. — ela disse com a voz séria enquanto arrumava os seus fios cacheados. — O que nós temos, Taylor?

De verdade? Eu nunca tinha parado para pensar naquilo. A gente se curtia, isso não era o suficiente?

— A gente se curte. — respondi dando de ombros.

— Não teremos nada a mais que isso?

— Acho que não. Você sempre soube que eu não era alguém de se relacionar. Desde o começo.

Eu estava sendo mais sincero do que nunca. Nunca quis um relacionamento sério com ninguém, só que eu gostava de ficar com a Lexi, gostava de ter ela próximo à mim. Mas eu não me sentia pronto para um relacionamento sério. O que nós tínhamos parecia namoro mas não era. Não queria isso pra mim, não estava afim de nenhum relacionamento. Final de semana eu saia normalmente com uns amigos para beber, e até mesmo com outras garotas, e nunca era cobrado por isso.

— Olha, eu estou em busca de algo sério com alguém. E se esse alguém não é você, eu prefiro não continuar com o que estamos tendo. — ela deu um sorriso pequeno e se levantou da cama, foi quando eu percebi que ela estava arrumada, não parecia ter acordado naquele instante. — Eu conheci um carinha, e acho que agora vai.

— Eu sinto muito, Lexi. Sinto muito por não ser o que você espera, mas eu definitivamente não estou afim de me prender.

— Eu compreendo perfeitamente. — ela disse calçando seu vans. — Até logo, Taylor.

Com isso ela saiu sem mais nem menos. Eu sinceramente achei que ela iria rebater, ou discutir comigo, mas não. Ela simplesmente concordou com o que eu disse e saiu.

Depois que digo que esse povo é louco, ninguém acredita em mim. A Lexi tinha que ser amiga do Cameron mesmo.

Grace Davis

Festa estranha. Gente esquisita. Eu não estava legal, eu não aguentava tomar mais aquelas bebidas estranhas. Eu precisa urgentemente de um pouco de maconha para acalmar a minha alma. E tinha um carinha tentando me impressionar à todo custo, eu não sabia mais o que fazer para me livrar dele.

— Quando é que você vai entender que eu não estou afim? — perguntei tentando arrumar um jeito dele sumir de perto de mim.

— Entra na vibe, gata. — ela disse com a voz mansa, e foi aí que eu percebi que talvez aquele sem noção tivesse uma coisa que eu queira muito.

— Você tem erva aí?

— Ei! Não divido com ninguém não, gata. — ela respondeu com um tom um pouco ofendido. Ele me mostrou um saquinho com uma quantidade generosa de maconha e eu não pensei duas vezes antes de roubar das suas mãos e sair correndo. — Devolve minha erva, sua louca!

Eu corri e me escondi nos fundos da casa, eu tinha que arrumar alguma coisa pra enrolar aquilo para poder fumar. Já que não tinha absolutamente nada e não havia maneira de fumar a erva pura.

— Jesus! — disse ao sentir alguém do meu lado.

— Olha, gata, não precisava me roubar. Eu podia te dar um pouco. — o cara, até então desconhecido disse arrastando a voz. Ele me mostrou um isqueiro e alguns cigarros prontos.

Rapidamente eu tomei aquilo da sua mão e comecei a tragar, sentindo a fumaça invadir os meus pulmões e uma sensação boa começar a aflorar em todo o meu corpo.

Depois disso eu não lembrava mais de muita coisa do que aconteceu naquela noite. Me lembrava de estar rindo igual uma louca com o Nate, eu acabei descobrindo o seu nome, e depois o mesmo estava me dizendo que via alguns alienígenas no telhado da casa e que eles nos matariam, e realmente eu comecei a vez avestruzes correndo no meio da grama.

No dia seguinte, eu acordei toda descabelada e sonolenta sem fazer muita ideia de onde eu estava. Era um quarto com cortinas na cor nude, as paredes eram brancas e parecia ser um pouco grande, eu estava deitada em uma cama e o sol que penteava o cômodo através das cortinas abertas ardiam os meus olhos. Desviei o olhar para o outro lado do quarto ainda sem me levantar, olhei para o lado da minha cama vendo um corpo jogado, observei o mesmo vendo que era o Nate.

Desesperada eu levantei o cobertor, vendo que ambos estavam nus.

— Puta que pariu! — gritei colando a mão sobre a boca.

O que eu tinha feito?

• Katherine Jackson

Acordei com uma fome gigante naquela manhã. E pelo visto foi a primeira pessoa à acordar, pois a casa do Dallas estava em um silêncio absoluto. Por onde eu passava podia ver copos, embalagens de camisinhas e outras merdas jogadas no chão. Aquilo daria um trabalhão para limpar.

Assim que cheguei na cozinha tomei um susto com alguém mexendo na geladeira, eu sabia que era um garoto pois estava sem camisa, apenas com uma bermuda.

— Oi. — era o Carter, justo ele, o caro por quem eu tinha não só um queda, como um penhasco inteiro mesmo.

— Olá! — cumprimentei de volta, um pouco envergonhada.

— Você quer? — ele perguntou apontando para o sanduíche em cima do balcão de mármore.

— Não é seu?

— Eu posso fazer outro. — ele sorriu para mim.

Aquele sorriso, aquele sorriso! Jesus certamente já podia descer e me levar. Carter Reynolds finalmente tinha falado comigo, depois de dois anos crushando ele.

Broken || MagconOnde histórias criam vida. Descubra agora