Amor Fati

3.

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O dia já estava nascendo lá fora, porém não era um aviso para eu despertar, eu já estava acordado há um bom tempo. 

A música, as vozes e as gargalhadas altas, continuavam ecoando em minha mente. Não sei ao certo quanto tempo dormi, mas aparentemente, tinha sido o suficiente para repor minhas energias e pude ver a bela noite estrelada dar lugar a uma bela manhã, que por sinal, já alcançava temperaturas inimagináveis nas montanhas nessa época do ano.

Meu pai tinha me alertado sobre o clima dessa região. Ele nunca havia saído das montanhas do norte, sempre tratava de assuntos importantes com os reinos vizinhos, e por mais que fosse difícil chegar até eles, o clima era o mesmo.

No ano em que A Conferência havia sido em nosso castelo, muitos de seus visitantes contaram como eram suas terras, a vegetação, as pessoas, enfim, mas nada se comparava a vivenciar as experiências, se ele estivesse aqui, com certeza, ficaria vislumbrado, assim como eu mesmo estava.

As histórias não faziam jus a real beleza destas terras, muito menos a do grande castelo. Eu havia chegado à manhã anterior. Nunca me esquecerei da primeira vez em que vi a famosa fortaleza, muito de longe já se tinha a belíssima vista.

O gramado servia como um gigantesco tapete verde, em que se encontrava o magnífico castelo feito de pedra; no topo da torre mais alta, encontrava-se uma enorme bandeira com o símbolo do reino, em outras torres menores, mas ainda sim grandes, encontravam-se outras bandeiras estampadas com o brasão da família real; grandes muros abrigavam, não somente o castelo, como também a cidade e seus moradores.

Me dei conta de que seria impossível chegar despercebido, uma vez que, estando nas torres de vigia, poderia se ter uma vista completa de tudo, mesmo a certa de distância, única coisa que serviria como um esconderijo era a mata que ficava ao extremo sul do castelo, era como um bosque, mas com certeza, os governantes mantinham tudo sob controle supervisionando a área; para minha sorte, eu era bem vindo e seria tratado como uma visita.

Desde que cheguei estava sendo muito bem tratado, não que em minhas visitas em outros reinos eu não havia sido, mas aqui era diferente, as pessoas eram mais amistosas, talvez as altas temperaturas do ambiente aquecessem seus corações. Era perceptível o prazer que sentiam em serem úteis e davam seu melhor para que tudo estivesse o mais perfeito possível. Assim que cheguei, levaram-me até minha acomodações, que não deixavam nada a desejar e me deixaram descansar aproveitando minha própria companhia.

Quando mais nobres chegaram, alguns empregados de níveis superiores nos mostraram os principais cômodos do castelo destinados aos nobres, posteriormente se retiraram e ficamos livres para que fôssemos descobrir mais sobre ele por conta própria, caso fosse nosso desejo. 

Eu gostaria muito de ter conhecido cada canto do edifício e, apesar de me sentir extremamente animado por finalmente ter chegado e curioso para descobrir várias coisas, o cansaço e o calor me impediram, pelo menos no primeiro dia.

Quando a noite chegou, fomos recepcionados por Hugo e o restante dos nobres do castelo num belíssimo jantar de boas vindas. Ele era irmão da antiga rainha, que já havia falecido, não era rei, apenas governava enquanto sua sobrinha mais velha não assumia o trono, esta por sua vez, não compareceu. 

Os nobres que vinham de terras mais próximas duvidavam que a princesa primogênita algum dia assumisse o trono, "Quem será corajoso o suficiente para se casar com ela?" um deles disse. Eles se referiam a ela com certo desdém, disfarçado é claro, não seria prudente se referir de uma forma negativa à dona da casa, que futuramente seria rainha. Como não a conhecia, achei melhor apenas ouvir e guardar as informações comigo.