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Todos já estavam inquietos, a maioria dos nobres que participava da prova já havia chegado. Não estava nas regras definir um horário, mas era de se esperar que chegassem bem antes do anoitecer. Talvez Hugo devesse ter estipulado um tempo limite, caso algum deles não chegasse na hora, um responsável o buscaria em segurança.

Magnus foi um dos primeiros a chegar, mesmo a certa distância, pude ver que seu rosto estava repleto de arranhões, bem provavelmente, ele não teve paciência de saber lidar com as plantas com espinhos e se embrenhou no meio delas sem cuidado, apesar disso, tivera bom senso, pois, mantinha em mãos, uma bela flor de um vermelho intenso. 

Pedro também não demorou a aparecer, assim que passou pelas últimas árvores, que nos separava da floresta, acomodou-se ao lado dos nobres menos carrancudos. Mesmo que Bernardo tivesse optado por não participar da festividade, sua amada esposa tinha em mãos uma pequenina flor, ambos acenaram para o nobre do Norte, ainda que me parecesse estranho, já que Pedro não era cuidadoso com as palavras, muito menos quanto a Catarina, aparentemente, eles ignoravam o jeito dele em respeito a William, já que os dois eram bem próximos.

— Will está demorando muito... — Luci disse enquanto enrolava a barra do vestido nos dedos. — Será que ele ficou perdido?

— Já já ele aparece. — Como estávamos no degrau mais alto, tínhamos uma visão ampla de toda a área e aproveitei para vasculhar tudo tentando me distrair.

A plateia se agitou com a aproximação de um nobre, para a infelicidade de Lúcia, era Paulo, a julgar pelo sorriso, ele estava feliz com sua escolha, Felipe o guiou até o lugar marcado, os dois cochicharam e riram, pareciam se dar bem. Felipe se dava bem com todos na verdade.

— Acho que podemos dar início às avaliações. — Hugo disse após quase uma hora de espera. - Vamos fazer por ordem de chegada de qualquer jeito... — Até onde eu sabia, não era infração, portanto, não era problema, daria tempo dele chegar — Will parece ter gostado de dar uma voltinha! — todos riram — Quando ele chegar... Ah, aí está ele!

O rapaz apareceu como se nada estivesse acontecendo, andou calmamente em direção a Felipe que o indicou sua posição, agradeceu brevemente e logo ficou estático. Havia algo diferente em sua feição, não estava sério, mas não tinha a áurea alegre de sempre.

— Você consegue ver qual flor ele pegou? — Lúcia se mexia de um lado para o outro a fim de enxergar melhor.

— Não, não consigo — As mãos dele estavam atrás do corpo. Talvez ele quisesse manter segredo ou estava envergonhado pela escolha.

Não prestei atenção nas flores que os nobres trouxeram, mal ouvi as palmas que iriam decidir o resultado, meus olhos estavam grudados em William, algo de errado havia acontecido, não sabia definir o que sua postura significava, ele parecia estar absorto nos próprios pensamentos, já que não esboçava reação alguma diante das provocações amistosas que Hugo e os demais participantes faziam, talvez estivesse pensando no pedido que faria caso vencesse.

— Bata palmas se você acha que a flor de Paulo é a mais bela! — Hugo disse e Paulo mostrou a linda flor amarela que havia trago, a plateia foi ao delírio.

— Bata palmas se você acha que... — meu tio parou ao perceber que William ainda batia palmas para a escolha de Paulo. Sim, suas mãos estavam vazias — Will, você não trouxe nada?

— Devo confessar que foi a escolha mais difícil de toda minha vida — um sorriso despontou. Finalmente. — É sério, estas terras têm um encanto fora do comum... Foi realmente muito difícil... — quase conseguia ouvir os suspiros das damas.

Amor FatiOnde histórias criam vida. Descubra agora