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O som que as diversas e coloridas bandeirolas faziam ao chacoalhar-se, tornava-se menos perceptível à medida que as pessoas iam se acomodando em seus devidos lugares.

Damas e cavalheiros mais velhos sentavam-se confortavelmente nas arquibancadas mais distantes dos campos de provas e estavam protegidos do sol forte pelas tendas, também coloridas.

Os nobres mais novos, do mesmo modo, tinham acomodações privilegiadas, mas estas eram mais próximas ao nível do solo, isso porque, o sangue jovem ferveria em suas veias ao passo que as provas começassem e, por este motivo, não iriam reprimir seus gritos eufóricos para incentivar seus representantes.

Já as crianças, ignoravam quaisquer regras que as impedissem de aproveitar o dia, em razão disso, corriam e brincavam pelo vasto campo verde, sob sol forte antes que o evento de fato tivesse início. 

Do lado oposto, uma arquibancada menor era destinada a uma parcela dos moradores do castelo. Ainda que fosse uma visão desagradável para nobres acostumados a admirarem riquezas, fazia parte das regras: os donos da casa escolhiam seus convidados e, há muitos anos, era assim que as coisas funcionavam. Os Jogos eram uma das poucas alegrias que eles tinham, e não estava nos planos da Princesa fazer alterações.

Assim que os competidores chegaram, teve início a já esperada gritaria, eles se posicionam um ao lado do outro e no centro estavam o jovem rapaz de sorriso fácil, Felipe e a compenetrada e séria, Princesa Tatiana como anfitriões.

Quando todos já estavam devidamente enfileirados, juntos se curvaram para os nobres e posteriormente para os mais humildes, mas era ainda necessária a saudação individual.

— Bom dia!

Neste instante, a atenção que estava nos jovens em pé, foi direcionada ao homem de cabelos castanhos e olhar forte. Apesar de não ter tanta idade, sua figura exalava certa autoridade: postura altiva, sobrancelhas levemente franzidas e voz constante sem menor resquício de ondulações. O fraco sorriso, que despontou por poucos segundos alterando sua feição séria, serviria para ludibriar a plateia, mas não em sua totalidade.

— Espero que o público esteja tão animado quanto eu estou... — Os espectadores foram a loucura ao serem citados. —  Alguém aí está curioso para conhecer os responsáveis pelo show de hoje? — Imediatamente a euforia foi intensa. — Bom... Bom.

Neste instante, uma figura peculiar chamou a atenção, principalmente dos nobres, ao zanzar entre eles, pisava em seus pés sem parecer se dar conta, ele era do tipo de pessoa inquieta e, quando chegou perto do anfitrião para lhe cochichar algo, sua mãos balançavam freneticamente. Ao recebe uma ordem discreta, partiu da mesma forma que chegou. 

— Bem, sem mais delongas, vamos às apresentações. Por favor, um passo a frente, Magnus, filho do memorável guerreiro dos desfiladeiros do oeste e herdeiro do trono.

Ao ser convocado, o homem de feições sérias, se curvou de forma firme e logo voltou para sua posição inicial. Sua figura singular provocou mais inquietação do que admiração, o que para ele, era mais interessante.

— Um passo a frente, Paulo, representante das terras do sul, segundo na linha de sucessão. — O rapaz era o competidor de menor estatura, possuía corpo mais firme do que forte. Parecia não ter conquistado tanto a simpatia da nobreza, talvez por não ser o principal herdeiro do trono, mas caiu na graça dos moradores do castelo, que deram gritos de incentivo ao pequeno, que retribuiu com um sorriso.

— Um passo a frente, Pedro, filho... — Sem esperar que Hugo terminasse sua fala, o jovem atrevido, deu alguns passos a frente, acenou e mandou beijos, principalmente para as donzelas. — Pedro o sedutor. — Alterando o discurso de última hora, o homem não parecia irritado com a circunstância, de fato, o jovem tinha conquistado o coração, não somente das jovens damas, mas como também das senhoras.

Amor FatiOnde histórias criam vida. Descubra agora