13.

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Logo após os meninos terem saído da cozinha, fui até os guardas para avisá-los que a presença dos dois não era motivo de desconfiança e que ambos tinham liberdade para entrarem no castelo. Com pelo menos uma preocupação a menos, voltei para onde a reunião havia acontecido.

Agora não havia sinal de nenhum nobre, isso porque a comilança já tinha acabado e tudo o que sobrou foi trabalho. Os empregados tratavam de limpar e organizar tudo. Além de ajeitarem as mesas que continham as comidas, eles desmontavam os objetos utilizados nas provas, tanto dos adultos quanto das crianças.

— Ei, pare já com isso! — Apressei o passo em direção a Felipe. Ele se preparava para levantar um dos alvos, já quase todo estragado. — Onde está sua muleta?

— Tudo bem, Tatiana, já está bem melhor, Lia passou aquela coisinha fedida.

Seu sorriso não amenizava em nada minha preocupação. Sabia qual era a coisinha fedida que ela utilizou em seu joelho, mesmo que fosse um preparado realmente forte, não tinha resultado total em horas.

— Deixe-me ajudá-lo. — O alvo era circular então peguei em qualquer parte da borda e me posicionei de frente para ele para facilitar seu trabalho. — No três? Um... Dois...

Num impulso levantamos o objeto, que não parecia ser tão pesado, mesmo assim, estávamos dando conta.

— Onde quer colocá-lo?

— Perto das estacas de madeira. Logo ali. — Apontou com a cabeça e pude ver a pontinha delas já que me virar para observá-las era impossível.

Estávamos quase lá, quando Felipe soltou um gemido de dor, por pouco não deixamos o alvo cair, antes que o artefato fosse ao chão, alguém segurou-o, dando-nos suporte.

— Posso ajudar dessa vez? — Sr. William me olhava esperando pela resposta que nunca veio.

— Ei, Apenas Will! Vamos logo com isso está bem? — Ficamos em silêncio durante o processo e, quando finalmente depositamos o objeto no chão, fui até meu amigo. 

— Eu disse a você, Felipe! Não devia se esforçar tão cedo! 

— Eu vou pegar mais leve...

— O que mais eu posso fazer para ajudar? — O loiro olhava para Felipe parecendo realmente interessado. 

— Não precisa, Apenas Will, vá aproveitar seu dia por aí. 

— Mas eu quero... Por favor me diga. 

— Humm... Está vendo essas estacas? Você pode ajudar os meninos as levarem para o mundo desconhecido...

— Para onde? — O nobre do Norte deixou um sorriso aparecer junto com uma expressão de dúvida.

— Só os siga, Apenas Will. — O mais alto fez uma saudação para nós dois e se distanciou.

— Desde quando o galpão se chama 'mundo desconhecido'? — Olhei-o de relance.

— Desde o momento em que um nobre colocará seus pés nele. — Fazia sentido, os nobres não se preocupavam com o antes ou depois, as coisas simplesmente ficavam prontas para eles as utilizarem. Certamente nenhum deles havia pensando em onde elas ficavam durante a maior parte do tempo. — Vamos voltar ao trabalho.

O sol se escondia atrás do castelo e nos dava uma trégua, o trabalho finalmente ficou menos exaustivo.

— Você precisa fazer essa cara toda vez que ele aparece?

Amor FatiOnde histórias criam vida. Descubra agora