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Já estava quase na hora do encontro de Will e Alice, no entanto, ele ainda não sabia onde a levaria. O príncipe do Norte queria mostrar algo diferente do que ela poderia ir ver com sua dama de companhia, mas não queria levá-la longe ao ponto de criar constrangimento e prováveis boatos. Era nítido o quanto a moça era recatada e, com toda certeza, não seria ele o responsável por lhe dar má fama.

Até então, nenhuma ideia havia passado pela sua mente, mas ele acreditava que a própria Alice poderia os conduzir de acordo com suas vontades, afinal de contas, apesar de seu jeito reservado, a moça era a responsável pelo primeiro contato dos dois.

— Olá, senhoritas... — O jovem se aproximou das duas damas e se curvou para cada uma delas.

— Olá, Will! — Alice era incapaz de esconder sua euforia por estar novamente diante do belo rapaz. Já sua dama de companhia era mais contida e apenas se curvou levemente.

— Está pronta?

— Sim! Muito.

— Neste caso, vamos? — Will estendeu o braço educadamente e a jovem o segurou com muita delicadeza. — Com sua licença... — Após acenar levemente com a cabeça para a dama de cabelos castanhos, o loiro se retirou do cômodo, levando consigo a bela moça.

Durante o caminho, o príncipe dava rápidas e discretas olhadas para o lado e se deparava com as tentativas falhas de Alice em esconder sorrisos meigos que surgiam de tempos em tempos.

Apesar de parecer extrovertido, Will era um jovem tímido e discreto quando se tratava de assuntos íntimos, mas estar na companhia da loira, fazia com que ele se impusesse mais do que o de costume, caso contrário, o final da tarde seria preenchido pelo silêncio, uma vez que, Alice era mil vezes mais tímida do que ele.

Por este motivo, investia em assuntos superficiais, até que a moça estivesse mais a vontade. Para ele, era até intrigante perceber o quão diferente ele poderia ser dependendo da companhia e situação.

Mais cedo, quando fora apresentado aos meninos, o jovem se comportou como um animal amedrontado que se esconde pelos cantos. A figura de Tatiana era muito forte e o deixava inibido.

Logo depois do almoço, quando se encontrou com Felipe, se sentiu como um adolescente sem preocupações, o rapaz trazia leveza aos ambientes, Will gostaria muito que ele e Felipe pudessem se tornar amigos, assim como ele e Pedro se tornaram.

— Está quente, não é? — O jovem percebeu que a cor rosada, presente nas bochechas da moça, não era devido somente a timidez.

— Sim, está... Muito.

— Vamos nos sentar ali, está bem? — Diante da confirmação com um sorriso, Will a conduziu para um dos já conhecidos bancos de pedra.

— Obrigada. — A moça agradeceu e se sentou após Will ter dado uma leve limpada no assento, espalhando algumas folhas no gramado.

— Está gostando do passeio?

— Ah sim! Estou adorando... — Os tímidos sorrisos começavam a dar lugar para expressões menos contidas e mais entusiasmadas.

— Já tinha visto algo assim antes?

— Não. É tudo muito encantador! E você?

— Definitivamente não! As montanhas têm seu charme, mas nada se compara a todas essas cores e cheiros.

Will realmente amava seu lar. Toda sua vida havia sido vivida em meio ao branco e frio. Ele gostava da sensação do vento gélido vir de encontro com sua pele clara, das grossas e macias vestimentas que o protegiam, gostava de ver os flocos de neve caindo levemente e sem pressa, gostava até do som das poderosas avalanches que aconteciam bem distantes de seu castelo.

Amor FatiOnde histórias criam vida. Descubra agora