PRÓLOGO

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A noite densa e tempestuosa ao lado de fora do gigantesco galpão de carga onde se encontrava, facilitaria seu trabalho

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A noite densa e tempestuosa ao lado de fora do gigantesco galpão de carga onde se encontrava, facilitaria seu trabalho. Nada mais poético que o sangue se fundindo com a água da chuva, corpos sem vidas espalhados estrategicamente para a chegada do seu alvo principal.

Não era sua primeira vez em uma noite como essa, para falar a verdade, Kênia Martino estava constantemente vivenciando noites assim, matando homens a sangue frio, dilacerando seus corpos com balas fatais. Havia se tornado sádica no instante em que gostou de matar o primeiro homem aos 17 anos. O homem que lhe fez tanto mau dormia silenciosamente enterrado em um buraco qualquer em Sinaloa.

Kênia encostou-se na coluna de ferro, que lhe manteve escondida dos olhares dos homens no andar de baixo. O sotaque italiano que emitiam cada vez que falavam algo saia em um eco extremamente agudo. Aquele galpão era um péssimo lugar para se tratar assuntos secretos, e quando estivesse de frente para o chefe iria dizer-lhe isso.

Retirou uma pistola semi automática silenciosa do coldre, uma que levava consigo para todo lugar. Era seu único amigo, não tão confiável quanto gostaria, ou eficaz, mas não abria mão dela. Além disso, as balas de prata feitas sob medida lhe proporcionava uma sensação satisfatória. Ela verificou as balas e à engatilhou, se preparando para o show que lhe aguardava. Os convidados haviam chegado, e, restava a ela lhes dar uma atração. Uma majestosa recepção, digna de um rei.

Havia sido contratada para matar um homem que levava consigo um sobrenome amaldiçoado. Kênia nunca suportou o império dos Borelli, principalmente as pessoas que faziam parte da organização. Sempre que era contratada para matar um deles, nem ao menos pedia por seu pagamento, fazia de graça, o pagamento que recebia era sentir o prazer de tirar-lhes a vida. Homens daquela máfia costumavam ser cruéis e traiçoeiros. E ali estava ela, preparada para por uma bala na testa do chefe.

Desencostou-se da coluna de ferro e varreu os olhos pelo vasto espaço. Havia um homem em cada canto estratégico, todos bem armados e preparados. À tentos à qualquer movimento suspeito. Ela sorriu internamente, os achando drasticamente patéticos. Eram rígidos quando se tratava de segurança, mas então, conseguiu entrar com facilidade no local onde exterminaria Rico Borelli. Para muitos, um homem intocável, para ela, alcançável. Uma verdade sobre essa mulher: Não existia um limite para alguém que vivia tão insanamente.

De repente ouviu o som estridente do gigante portão de aço ao se abrir. SUVs pretos adentraram, um atrás do outro, formando um circulo em volta do núcleo do galpão. Os faróis ligados ofuscavam a visão de quem se colocasse entre eles. Kênia franziu o cenho, confusa.

O que significava aquilo? — questionou-se mentalmente.

Estranhamente sentiu algo que raramente sentia: Receio.

Agilmente tratou de se colocar em posição ao avistar os primeiros homens saírem dos carros. Todos trajando ternos escuros, óculos e aparelhos de comunicação. As armas em seus coldres chamou-lhe atenção. Estavam expostas. Eles não costumavam andar com elas expostas, não durante os meses em que esteve os investigando. Apesar de Rico Borelli ter o país na palma da mão, ele sempre fora discreto quanto seus assuntos relacionados a máfia. Principalmente por manter a boa imagem perante a sociedade.

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora