27 • Traições.

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Kênia foi deixada no hotel e direcionada a uma das suítes principais, acreditou fielmente que ficaria sozinha e se inundaria na solidão, se afogaria nas próprias lágrimas e surtaria com os pensamentos

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Kênia foi deixada no hotel e direcionada a uma das suítes principais, acreditou fielmente que ficaria sozinha e se inundaria na solidão, se afogaria nas próprias lágrimas e surtaria com os pensamentos. Talvez tivesse uma overdose de decepção. 

Ao entrar no espaçoso cômodo que era regado a luxo do chão ao teto, tratou de tirar o macacão que usava, rumou até o banheiro e tomou uma ducha demorada, permaneceu debaixo do chuveiro por quase uma hora. Para sua sorte, os pontos em seu abdômen não foram prejudicados, e deu graças a Deus por não ter se machucado durante a queda no asfalto. Embora sentisse dores intensas.

Lavou os cabelos e esfregou a pele com força, deixando-a marcada, avermelhada. Assim que terminou e sentiu-se melhor, foi em busca de uma roupa. Encontrou uma camisa social preta de Rico sobre o braço de uma poltrona no canto do quarto, a vestiu, sem outras opções. Não tinha levado uma mala já que nem roupas poderia colocar caso quisesse, recorreu a uma cueca.

Ao encontrar-se com o silêncio assombroso, resolveu tomar um gole do uísque sobre uma mesa ao lado das portas que dava acesso a sacada. Não podia beber, mas não suportaria continuar sóbria. O que era pra ser apenas um gole, acabou que esvaziando a garrafa inteira. Ela pegou uma segunda garrafa de uísque e foi à sacada, vislumbrar a maravilhosa vista de Los Angeles ao amanhecer. Aos poucos a noite dava lugar ao dia, a lua ao sol. Os raios solares começará a surgir no horizonte, sobre os arranha-céus.

Ouviu o bater da porta, mas não virou-se para ver quem adentrava, poderia ser qualquer um, já não importava mais. Poucos segundos depois sentiu a presença de alguém atrás, lhe despindo, a examinando.

— Você está bem...

Kênia levou o bico da garrafa à boca, ingerindo uma boa quantidade de álcool. O líquido desceu queimando as paredes internas da sua garganta, batendo no estômago vazio e causando uma explosão vulcânica fulminante.  

— Não fique triste. — retrucou, meio grogue. O uísque começará a surtir efeito, igualmente a morfina.

— Não estou, na verdade, estou feliz que esteja bem.

Ela solta uma risada sarcástica.

— Não faz nem 7 horas que estava enchendo meu saco. — analisou. — O que aconteceu nesse meio tempo pra ficar preocupada?

Anelise surgiu ao seu lado, arrancando-lhe a garrafa de suas mãos e deixando-a no chão. Contorceu o maxilar, e torceu o nariz ao sentir o forte cheiro do álcool impregnado em Kênia.

— É óbvio que não nos damos bem, mas isso não significa que eu não goste de você. — confessou, e deu de ombros. — É complicado.

Kênia assentiu, sem muita vontade de prolongar a conversa. As duas mantiveram o silêncio por breves minutos, até a voz singela de Anelise soar novamente.

— Gosta da Califórnia?

— Não. — disse, direta. Anelise assentiu.

— Prefere o México?

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora