2 • Planos mirabolantes.

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E assim Rico Borelli afastou-se

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E assim Rico Borelli afastou-se.

— Sinto muito se irei te decepcionar futuramente, mas não há nada que faça que me fará sofrer. Me livrei de tudo que possa me causar dor. Boa sorte no processo.

Vagarosamente semicerrou os olhos, desacreditado. Não acreditava haver possibilidade de existir tal pessoa, incapaz de ter fraquezas. Até ele, com tanto poder, possuía vulnerabilidades. Obstinado como era, iria encontrar algo que a desestruturasse, cavaria o mais profundo poço em busca de respostas.

— Todos temos um ponto fraco, mia bella. Se não é algo, é alguém. Não se engane. Agora, você irá me contar quem lhe contratou para me matar. — disse ao vasculhar uma mesa que continha utensílios de tortura. Apanhou um bisturi e arriscou passos para mais perto. — Será uma pena deixar marcas nesse lindo corpo. Mas não hesitarei a cada resposta errada. Vou perguntar uma única vez: Quem te contratou?

Kênia, ousada como sempre, usou todo o restante das suas forças para cuspir no rosto do homem. O ódio em seu olhar, o desprezo que possuía por ele era quase que um ponto de equilíbrio que usava para permanecer intacta. Continuar sã. Temia que pudesse soar vulnerável tão próxima dele.

— Achei que soubesse sobre todos que querem te ver morto. — alfinetou, sarcástica.

Rico sorriu numa linha reta enquanto limpava seu rosto. Arriscou a tocá-la, agarrando-a pelos cabelos, fazendo com que urrasse com dor.

— E eu sei. Menos quando se trata dos seus clientes. Estranhamente sua vinda até aqui me pegou desprevenido. Ouvi histórias sobre você. Imagina minha surpresa ao saber que Kênia Martino estava se preparando para me matar?

Um sorriso sorrateiro estendeu-se entre seus lábios.

— Gostaria de ter presenciado isso.

O homem a fitou intensamente. Havia algo nela que o trazia uma nostalgia. Algo que o levava há uma época distante, um tempo que havia sido esquecido nas suas mais dolorosas lembranças. Manteve-se firme, não poderia demonstrar estar abalado com tais recordações.

— Quanto pagaram pra você? Espero que tenha sido uma boa quantia, já que se arriscou tanto. — comentou, pensativo. — Na última vez que contrataram um assassino profissional pra me matar, minha cabeça estava custando 100 milhões. Quanto será que está agora?

Mesmo com a resposta na ponta da língua, optou por se manter calada. Afinal, o que ele faria se soubesse que ela recusou qualquer pagamento? Isso só faria com que Rico Borelli ficasse ainda mais desconfiado. Só instigaria ainda mais seus interesses.

— Não vou dizer nada pra você! Pode fazer o que quiser. Passei por situações piores. Isso não é nada, Borelli.

Rico largou o bisturi de volta na mesa para tirar seu terno. Deixou o mesmo sobre o braço da poltrona, no canto do quarto. Sob o olhar indiferente de Kênia - ergueu as mangas da camisa social branca - até os cotovelos. Abriu dois botões e tornou a pegar o bisturi. Seus movimentos calculados a frustrava.

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora